ZH 22 de setembro de 2014 | N° 17930
GUILHERME BACCHIN*Trago uma reflexão, uma palavra sob o silêncio dela mesma. Sempre entendi a democracia como o método de governo mais justo e igual, tendo clara a distinção entre os dois até conhecer nossa democracia. A ação democrática, aqui, tem início e fim em sua essência. Ela se inicia no voto e termina no voto.
Disse Saramago, em sua sabedoria: “Atualmente, somos seres impotentes diante de instituições democráticas das quais não conseguimos nem chegar perto”. A democracia brasileira precisa aprender a ser democracia. E ela não pode ser posta em xeque, pois não movemos nem os peões do tabuleiro – assistimos à cruel miséria do jogo. Onde está o governo? Esquecido na mentira do próprio governo.
Há justiça? Sim, e ela é injusta. Há igualdade? Sim, e ela é desigual. Nosso país deitará eternamente no berço esplêndido da discriminação ante o igual, no paradoxo de um preconceito contra si mesmo, e o fará perdido em leis que só existem para somarem-se ao vácuo da inação, e moldarem a feição da ilusão?
Vemos uma escuridão política, e o pior da escuridão é isso – é poder vê-la. “Para nascer, nasci”, disse Neruda. Para morrer, morri, disse nossa democracia. E a nossa lágrima já se tornou clichê. Saúde. Educação. Coloquem isso no desespero de nossa bandeira. Ecoem pelos quatro cantos de um tabuleiro que deve ser posto em xeque, ecoem pelo país que não é país, pela democracia que não é democracia.
Quantas crianças veremos findar nas sinaleiras do analfabetismo, quantos brasileiros veremos minguar no labirinto do SUS, quantos bilhões se perderão no cemitério do tributarismo, e prosperarão no bolso dos que governam? Perca-se a criança em sonhos, não em malabares, ardam peitos na eternidade de amores morridos, não em doença, vejamos o sol pôr-se no horizonte, não na alma ceifada pela insegurança pública, mas por favor, tirem esse lema de nossa bandeira.
Ele não é nosso. Nós não somos nossos, a democracia não é nossa, o Brasil não é nosso. Libertem- nos de nossa liberdade, esqueçam o futuro de um país rejeitado pelo seu povo. Um povo de ninguém. Ignoramos nossa democracia. E ela ignora a nós.
*ESTUDANTE
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