Pessoas de todo o mundo deram respostas rápidas ao ato racista contra o jogador brasileiro Daniel Alves, agredido simbolicamente por uma banana jogada no campo, domingo, na Espanha. A partir da reação do também jogador Neymar, as redes sociais multiplicaram vídeos de celebridades com bananas. O humor se contrapôs a uma manifestação primitiva de discriminação. Ao mesmo tempo, autoridades se manifestaram a respeito, com a previsível condenação do fato. E o Villarreal, clube pelo qual torce o espectador, já anunciou que o identificou, para que nunca mais frequente o Estádio Madrigal, onde o fato ocorreu e foi tornado público a partir de imagens divulgadas instantaneamente pela TV.
Todas as reações são bem-vindas, em especial as que utilizaram o objeto da agressão para abordar o insulto de forma criativa. É assim que se amplificam as vozes que irão contribuir para a tomada de consciência contra atitudes como essa. Mas ainda é pouco para evitar que atos semelhantes continuem a se repetir. O racismo é execrável e tem se manifestado especialmente em espaços públicos. Às vésperas da Copa, estádios de futebol, aqui e no Exterior, vêm sendo o lugar preferido para a exaltação de falsas superioridades, em atitudes quase sempre baseadas no superado conceito de que a humanidade se divide em raças. Como já observaram estudiosos do lamentável fenômeno, tais absurdos evidenciam a insegurança de sujeitos preocupados em camuflar a própria fragilidade ética e moral.
É preciso que, além das respostas bem- humoradas, entidades diretamente envolvidas nos espetáculos atuem preventivamente com mais determinação. E que os autores de atos racistas sejam identificados e punidos, para que as atitudes de alguns não acabem penalizando agremiações e torcedores indiscriminadamente. Por fim, em meio aos esforços de todos por ações educativas, que os autores de atos racistas sejam tratados como criminosos, para que a impunidade não realimente preconceitos.