MPF QUER OBRIGAR DILMA A DAR AUMENTO AO JUDICIÁRIO
Justiça

MPF QUER OBRIGAR DILMA A DAR AUMENTO AO JUDICIÁRIO


Parecer da PGR sustenta que presidenta contrariou a Constituição ao impedir reajuste e pede ao STF que obrigue o Executivo a reservar R$ 7,7 bilhões para aumento no orçamento de 2013 - por Eduardo Militão | 02/05/2012 07:00 - Agência Brasil - CONGRESSO EM FOCO.

Decisão de Dilma de segurar aumento do Judiciário causou atrito com o ex-presidente do STF Cezar Peluso O Ministério Público Federal entrou na briga para forçar a presidenta Dilma Rousseff a incluir no orçamento previsão para aumentos salariais dos magistrados, dos procuradores da República e dos servidores do Judiciário e do Ministério Público. Parecer da vice-procuradora geral da República, Déborah Duprat, argumenta que a presidente descumpriu a Constituição ao não reservar R$ 7,7 bilhões para os reajustes deste ano. Para resolver o problema, ela pede ao Supremo Tribunal Federal que obrigue o Executivo a mandar essa reserva para aumentos no orçamento de 2013, o que deve ser feito até agosto. Mas o relator do caso, ministro Joaquim Barbosa, deve levar a ação direta de inconstitucionalidade ao plenário do Supremo só no segundo semestre. Assessores lembraram que ele está totalmente envolvido com o julgamento do mensalão, processo do qual o ministro é relator.

Aumento do Judiciário foi principal tema de eleição em sindicato

A ação foi aberta por uma associação de servidores do Judiciário. O objetivo da entidade era declarar o orçamento inconstitucional, o que paralisaria o país, com a suspensão imediata das obras, por exemplo. Por isso, para vencer a inconstitucionalidade atual, a procuradora Débora Duprat propõe apenas que a presidenta Dilma Rousseff seja obrigada a mandar a proposta de aumento no próximo orçamento.

“O que se propõe (…) é exortar a presidenta da República a incorporar, na proposta orçamentária de 2013, as propostas do Judiciário e do MPU”, escreve a vice-procuradora-geral em seu parecer à ação, apresentado esta semana. Em entrevista ao Congresso em Foco, Débora Duprat disse que, se for o caso, o Legislativo pode negar o aumento ou fazer modificação nos valores apresentados pelo Executivo.

A ação tem a força de, mais à frente, resultar na elevação dos vencimentos dos ministros do Supremo e do procurador geral da República dos atuais R$ 26,7 mil para R$ 32 mil. A remuneração dos ministros do STF é o teto do funcionalismo público. Também seriam elevados os salários dos 120 mil servidores do MP e do Judiciário da União. Como efeito cascata, haveria aumentos para magistrados e membros do Ministério Público nos estados num segundo momento.

Débora Duprat disse que o caso pode ser julgado procedente pelos 11 integrantes do STF. “Há sessões administrativas [do tribunal] em que os ministros, por unanimidade, têm essa compreensão”, afirmou a procuradora ao site.

Concorda com ela o coordenador de comunicação da Federação Nacional dos Servidores do Judiciário e da União (Fenajufe). “É um deboche”, afirmou Jean Loiola ao comentar a decisão de Dilma de não incluir o reajuste no orçamento. “Não cabe ao Executivo fazer cortes prévios.”

Contenção de gastos

Sob argumento de enfrentar a crise financeira internacional, no ano passado, Dilma negou espaço no orçamento para aumentos salariais dos ministros dos tribunais superiores, desembargadores, juízes federais, procuradores da República e servidores dos Judiciário e do Ministério Público.A presidente alertou para “risco de recessão” na economia e disse ser preciso que todos os Poderes fizessem “esforço” para reduzir despesas correntes. Como mostrou o Congresso em Foco, no corte orçamentário de R$ 55 bilhões feito este ano, a equipe econômica chegou a determinar até a duvidosa redução de pagamento de benefícios previdenciários, a fim de obter maior folga para investimentos.

Mas, para Débora Duprat, os argumentos de Dilma, “por mais louváveis que sejam”, não lhe davam o direito de excluir da proposta de orçamento os recursos para o Judiciário e o Ministério Público. “É curiosa a exortação de que todos os Poderes da República compartilhem o esforço de manter o Brasil em sua trajetória de equilíbrio fiscal”, escreveu a procuradora.

Débora Duprat indica não faltarem recursos financeiros para os aumentos. Diz que a lei permite que os gastos com pessoal fiquem limitados a até 50% da receita. Como hoje o custo da folha da União é de R$ 203 bilhões por ano, ou 33% do limite, haveria espaço para conceder o reajuste.

Iniciativa do governo

A Secretaria de Imprensa da Presidência da República não quis comentar o caso. A assessoria do Ministério do Planejamento afirmou que, por aguardar a decisão do Supremo, não considera oportuno se manifestar.

Na Nota Técnica 8/11 do Congresso Nacional (veja a íntegra), consultores defenderam a legalidade da atitude da presidente Dilma ao excluir o aumento do Judiciário da proposta orçamentária. “[Isso] decorre do exercício da iniciativa privativa da Presidente da República consoante os contornos traçados na LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias]”, disseram eles.

As posições dos consultores do Congresso se assemelham à da presidente Dilma. Exemplo disso é resposta dela a outra ação judicial semelhante em tramitação no STF. Para derrubar as críticas do Sindicato dos Servidores do Judiciário do Distrito Federal, o governo usou como argumento notas técnicas de consultores do Congresso.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O MPF, ao exigir reajuste para juizes, age no interesse próprio e contra a repercussão nos cofres públicos e a necessidade de contenção de gastos proposta pela Presidente Dilma. Esta postura do MPF demonstra um claro interesse corporativo, já que os reajustes serão repassados para os promotores público em todo o Brasil. Afinal qual é a função precípua do Ministério Público: o interesse particular ou o interesse público, a cidadania ou o interesse dos promotores de justiça? Infelizmente no Brasil, os Poderes de Estado estão sendo contaminados pela ganância salarial de seus membros de direção, desprezando a LRF, os limites das cotas orçamentárias e os salários e condições salariais e de trabalho de seus servidores.



loading...

- R$ 30,6 Mil Por MÊs - Stf Manda Congresso Analisar Reajuste Do JudiciÁrio
Ministro do STF manda Congresso analisar reajuste do Judiciário - FOLHA.COM, 14/12/2011 - 18h57 Em meio à pressão pelo reajuste no Judiciário, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux determinou que o governo encaminhe a proposta orçamentária...

- Deputados Contrariam Dilma E Aprovam Aumento Salarial Do JudiciÁrio
Comissão da Câmara aprova R$ 2 bi para aumento dos servidores do Judiciário. Reajuste salarial foi motivo de atrito entre presidente do Supremo e Dilma, contrária ao pedido da categoria - 23 de novembro de 2011 | 14h 40 - Denise Madueño, da Agência...

- Presidente Peita Stf, MantÉm OrÇamento E Tenta Controlar Reajustes Em Cascata
Dilma peita STF, mantém Orçamento e tenta controlar reajustes em série. Governo acredita que o Congresso está disposto a aprovar o aumento para o Judiciário; custo total é de R$ 8,350 bilhões - 23 de setembro de 2011 | 22h 40 - Rui Nogueira e Edna...

- Reajuste - Presidente Do Stf Pede ExplicaÇÃo Da Presidente
Cezar Peluso pede explicações a Dilma sobre reajuste - Camila Ribeiro de Mendonça e Rodrigo Haidar - CONSULTOR JURÍDICO, 19/09/2011 O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, enviou ofício à presidente Dilma Rousseff para saber...

- Reajuste - Governo Negocia 5,2 %
Governo negocia com o Judiciário a concessão de reajuste de 5,2%. Cristiane Bonfanti - CORREIO BRAZILIENSE, 09/09/2011 08:09 O governo está negociando com o Judiciário a concessão de reajuste de 5,2% para a magistratura a ser concedido até o fim...



Justiça








.