PRIORIDADES DO PAÍS
Justiça

PRIORIDADES DO PAÍS


EDITORIAL ZERO HORA 01/10/2011


A pesquisa de opinião pública encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ibope, divulgada ontem, mostra mais que uma melhora significativa na avaliação do governo federal e da própria presidente Dilma Rousseff. O levantamento é útil também pelo fato de reafirmar que as preocupações dos brasileiros se mantêm concentradas em alguns aspectos específicos para os quais o Planalto precisa dedicar maior atenção. Ao mesmo tempo, chama a atenção pelo fato de demonstrar que, apesar do predomínio das denúncias de corrupção no perío- do analisado, entre julho e setembro, os brasileiros estão confiantes nos resultados da chamada faxina ética. Apenas gostariam de deparar no dia a dia com menos imposto e com serviços públicos de mais qualidade – questões para as quais o governo federal continua devendo maior atenção.

Da mesma forma como ocorreu com a presidente da República e com seu governo, melhorou também a percepção dos brasileiros, de maneira geral, em relação a alguns aspectos cujos resultados dependem em muito da atuação do poder público. Ainda assim, a população aprova maciçamente as políticas nas áreas de combate à fome, à pobreza e ao desemprego, mas continua deixando evidente seu descontentamento com a saúde pública, com o excesso de impostos, com a segurança pública, com os juros elevados, com o combate à inflação e com a qualidade do ensino. A particularidade de esses aspectos se repetirem reafirma que a preocupação se mantém em relação ao levantamento anterior. E essa é uma razão consistente para o governo federal tentar evitar que voltem a aparecer nas próximas pesquisas.

Todos esses aspectos apontados pelo estudo dependem de uma folga no caixa do setor público para serem enfrentados. As expectativas, portanto, reforçam a necessidade de o poder público conferir mais atenção às despesas com o custeio da máquina, reduzindo-as para permitir ações mais efetivas em favor do conjunto dos brasileiros. De alguma forma, o simples combate à corrupção, apoiado por uma maioria expressiva, acaba contribuindo para uma maior eficiência nos serviços públicos prestados à população. Levantamentos divulgados por organismos de fiscalização são unânimes em incluir áreas como saúde e educação entre as mais prejudicadas por desvios de verbas públicas. Os frequentes casos de crianças sem merenda escolar e de pacientes à espera na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) confirmam essa tendência.

Uma das vantagens da particularidade de quem está no poder contar com apoio tão expressivo dos brasileiros, como ratifica a pesquisa da CNI, é a de se fortalecer para contemplar prioridades da população. Por isso, é importante que a presidente da República não se fixe apenas nos números que lhe são claramente favoráveis, mas reflita sobre o recado transmitido por eles no conjunto.



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