RS - EDUCAÇÃO E COMBATE À CORRUPÇÃO
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Crescimento do RS passa pela educação - ZERO HORA 17/094/2011

Investir em educação é mais do que um bordão repetido à exaustão em discursos e campanhas políticas. Essa é a medida mais citada entre os gaúchos para fazer o Rio Grande do Sul se desenvolver. A constatação integra a segunda parte da pesquisa Ibope encomendada pelo Grupo RBS. No domingo passado, ZH divulgou a avaliação dos eleitores a respeito do novo governo estadual.

Questionados pelo Ibope, os gaúchos apontam o investimento em educação como a estratégia que mais contribuiria para o crescimento do Rio Grande do Sul. Diante da perda da qualidade no ensino, 46% dos entrevistados apostam na recuperação do setor como forma de desenvolver o Estado.

Entre 2005 e 2009, o Estado caiu posições no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que monitora o desempenho dos estudantes. Em 2006, por exemplo, a rede estadual tinha a sexta melhor nota do país até a 4ª série e caiu para o nono lugar em 2009.

Investir em Educação hoje, segundo especialistas, não significa construir mais escolas, como era o entendimento de décadas anteriores, mas melhorar a qualidade. O Rio Grande do Sul é o 16º Estado que mais investe em educação básica (R$ 2.369,02 por aluno) e aplica menos da metade dos R$ 4.834,43 que Brasília, primeiro da lista, conforme levantamento de 2010 do movimento Todos pela Educação.

A segunda ação identificada pela pesquisa como prioridade para o desenvolvimento é o combate à corrupção. Do total, 23% a defenderam como medida para fazer o Estado crescer, e 35% apontaram que a falta de investimentos públicos ao longo de diferentes governos foi motivada por esse mesmo problema. Desde 2007, sucessivas ações de órgãos policiais e de fiscalização revelam entranhas da corrupção envolvendo agentes públicos e privados. As de maior repercussão foram a fraude dos selos, na Assembleia, a Operação Rodin, que devassou o Detran, e a Operação Solidária, que se debruçou sobre diferentes negociatas envolvendo obras.

Ainda na pergunta sobre as medidas para fazer o Rio Grande do Sul crescer, chama a atenção o fato de a reforma da previdência estadual ter sido apontada em primeiro lugar em apenas 2% das respostas. O crescente déficit nessa área é considerado por especialistas em finanças uma das maiores dificuldades para o Estado cumprir os repasses mínimos constitucionais para educação e saúde. A cada ano, o poder público gasta mais com previdência e menos com educação. Em 1975, 26,5% das despesas do Estado iam para a educação e 13,1% para a previdência. Em 2009, essa relação se inverteu e o gasto com aposentados e pensionistas consumiu 30% do orçamento executado e somente 10,5% foram para o sistema educacional.

A pesquisa, encomendada pelo Grupo RBS, ouviu 602 pessoas nos dias 2 e 3 de abril. A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos.

MEDIDAS PARA O CRESCIMENTO DO RS

- Investir em Educação - 46%
- Combate à corrupção - 23%
- Apoiar a agricultura - 10%
- Investir em infraestrutura - 9

FALTA DE INVESTIMENTOS

- Corrupção - 35%
- Falta de ovntade dos governadores - 17%
- Brigas políticas/falta de entendimento - 9%
- Sonegação de tributos - 8%
- Tamanho da dívida pública - 8%

CORRUPÇÃO PREOCUPA MAIS OS HOMENS

O combate à corrupção como fator para o crescimento do RS é mais citado entre os homens (27%) do que entre as mulheres (19%). Entrevistados entre 40 e 49 anos (27%), com renda familiar de até dois salários mínimos (26%) e aqueles com até a 4ª série do Ensino Fundamental (30%) citam o combate à corrupção acima da média dos entrevistados (23%).

EDUCAÇÃO ENCONTRA MAIOR APOIO NO CURSO MÉDIO

O investimento em educação como forma de desenvolver o Estado encontra maior apoio entre os entrevistados com idade entre 30 e 39 anos (54%) e entre aqueles que cursaram o Ensino Médio (56%). O tema também ganha maior destaque entre os gaúchos com renda familiar entre dois e cinco salários mínimos (52%)

BRIGAS E SONEGAÇÃO

As brigas políticas como razão para a falta de investimentos no Estado chama mais a atenção das mulheres (11%) do que dos homens (7%). Os mais velhos, acima de 50, também destacam esse ponto (11%). A menor preocupação com os desentendimentos está entre os 30 e 39 anos (5%). A sonegação de tributos como razão para a falta de investimentos ganha destaque entre os entrevistados de 40 a 49 anos (10%) e com Ensino Superior (15%). Os homens estão mais preocupados com o tema (9%).

DEFESA DO FUNCIONALISMO

A manutenção de direitos e benefícios do funcionalismo tem mais defensores entre os mais jovens, de 16 a 29 anos (53%), e entre os gaúchos com Ensino Médio (52%). Já a redução de direitos e benefícios de servidores públicos tem maior apoio entre os homens (47%) do que entre as mulheres (41%). O índice chega a 48% entre os entrevistados entre 40 e 49 anos. Por outro lado, a retirada de direitos e benefícios do funcionalismo perde espaço entre aqueles com renda de até dois salários mínimos (41%)

CONSELHÃO DESCONHECIDO

Criado por Tarso para debater grandes temas do Estado e sugerir projetos e políticas públicas ao Executivo, o Conselhão só é conhecido por 16% dos entrevistados. A nova estrutura é mais conhecida entre aqueles com Ensino Superior (34%) e entre os gaúchos com renda familiar superior a cinco salários mínimos (21%). O índice fica em 9% entre aqueles com renda de até dois mínimos.



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