MUITO ALÉM DAS PASSAGENS DE ÔNIBUS
Justiça

MUITO ALÉM DAS PASSAGENS DE ÔNIBUS


ZERO HORA 16 de junho de 2013 | N° 17463

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA


No começo, era o aumento da passagem de ônibus, que nos anos anteriores era reajustada durante as férias, mas, em 2013, foi elevada apenas em março em Porto Alegre. Combinados pelas redes sociais, os protestos pareciam fadados a dar em nada, já que a prefeitura e as empresas de ônibus alegavam que era impossível cobrar menos do que R$ 3,05. Mas eis que um juiz concedeu liminar em ação movida pelos vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna (PSOL) e a tarifa voltou paraR$ 2,85. Os protestos continuaram, se espalharam pelo Brasil e já não se restringem ao transporte coletivo.

Fica mais complexo interpretar esse movimento pelo fato de não ter um comando único e porque os jovens defendem outras causas além da passagem mais barata. Essa é a principal diferença entre as manifestações de agora e as do tempo da ditadura: não existe um inimigo comum, que possa ser sintetizado em slogans como “Abaixo a ditadura” ou, como nos anos 1980, “Fora FMI”. Tampouco se assemelha ao “Fora Collor”, que mobilizou multidões de caras-pintadas em 1992. No Brasil, ninguém está tentando derrubar um governo, como era o objetivo das manifestações na Primavera Árabe.

O transporte coletivo é, ao mesmo tempo, o foco e o pretexto para protestar contra outros incômodos – da homofobia à má qualidade dos serviços públicos, passando pelos gastos com a Copa do Mundo e tudo o que se faz em nome do mundial, incluindo o corte de árvores para o alargamento de vias.

Os governantes, que em sua maioria lutaram contra a ditadura, mostram-se incapazes de dialogar com essa massa de rebeldes sem líderes aparentes. A mídia e a polícia têm dificuldade para separar os bem-intencionados dos arruaceiros que se infiltram nas passeatas e praticam atos de vandalismo por achar que é legítimo incendiar, pichar, quebrar vidros e chutar carros.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, é um exemplo dessa dificuldade. Depois de dizer que não negociaria, teve de voltar atrás e chamou os manifestantes para conversar. José Fortunati sentiu a pressão das ruas e não recorreu da decisão judicial. De certa forma, lavou as mãos.



loading...

- Vandalismo E PrisÕes Em Protesto Na Capital GaÚcha
Do G1 RS 03/04/2014 10h24 Após manifestação, quatro presos em Porto Alegre são liberados. Prefeitura faz levantamento de prejuízo e registrará ocorrência na polícia. Pelo menos 20 vidraças foram quebradas e portas e paredes pichadas....

- Passageiros Da Agonia
ZERO HORA 04 de fevereiro de 2014 | N° 17694 PAULO SANT’ANA Que desgraça o transporte coletivo em Porto Alegre! Não bastasse a crítica situação dos ônibus quando em funcionamento normal, caiu sobre os passageiros uma infame greve de 100% da...

- Site Do Black Blog Rj Tem 20 Administradores
Site de grupo do Rio na internet tem 20 administradores. Integrantes são acusados de atos de vandalismo e, segundo a polícia, têm políticos e professores como líderes 06 de setembro de 2013 | 2h 02 Marcelo Gomes / RIO - O Estado de S.Paulo...

- Boicote À Democracia
ZERO HORA 15 de junho de 2013 | N° 17463 EDITORIAIS O Brasil dormiu assustado na última quinta-feira devido às manifestações violentas em pelo menos cinco capitais, que resultaram em prédios depredados, veículos e equipamentos públicos incendiados,...

- Protestos Sem Vandalismo
ZERO HORA 10 de junho de 2013 | N° 17458 EDITORIAIS Pichações, danos a prédios e equipamentos públicos, carros e ônibus depredados, além de confrontos entre manifestantes e policiais, vêm marcando os protestos públicos contra a elevação de...



Justiça








.