Justiça
PASSAGEIROS DA AGONIA
ZERO HORA 04 de fevereiro de 2014 | N° 17694
PAULO SANT’ANA
Que desgraça o transporte coletivo em Porto Alegre! Não bastasse a crítica situação dos ônibus quando em funcionamento normal, caiu sobre os passageiros uma infame greve de 100% da frota.
Triste destino dos porto-alegrenses.
*
O prefeito não teve nenhuma atuação por sobre a greve.
A Justiça do Trabalho foi totalmente desobedecida pelos grevistas.
O governador tirou o corpo fora e não interveio com a BM sobre piquetes que impediam que grevistas que queriam interromper a greve assim o fizessem.
E empresários de ônibus que viram sua frota parada acabaram intencionalmente beneficiados com isso no intento fulcral de aumento da tarifa.
No centro disso tudo, 1 milhão de passageiros da agonia.
*
Os grevistas deitaram e rolaram na greve. Deram as cartas e jogaram de mão.
Assinaram compromisso de fazer voltar os ônibus e não o cumpriram.
Os passageiros restaram atônitos, não sabendo qual era o papel das autoridades e assistindo aos grevistas fazerem o que bem queriam na confusão.
*
Ponham-se no lugar dos passageiros de lotação que sempre usam esse tipo de transporte. Viram-se amassados por hordas de passageiros de ônibus em greve.
Nos terminais dos lotações, encontraram filas gigantescas de gente que antes andava de ônibus. Os passageiros tradicionais de lotações que embarcavam durante os trajetos não encontravam vagas nos lotações lotados, com gente até em pé.
Um desastre.
*
E até os passageiros de táxi penaram. Os que usavam tradicionalmente o serviço chamando-o pelo telefone tiveram de esperar mais de duas horas por um táxi. E os que esperavam táxis nas ruas, como sempre fizeram, não encontravam vagos táxis nos trajetos.
Um caos.
*
Só se safaram assim da greve dos ônibus os 500 mil porto-alegrenses que sempre dependeram de seus carros, o que só estimula mais ainda que os outros que entraram em agonia adquiram carros particulares mesmo sem condições de pagar suas prestações.
Por tudo isso, é preciso que depressa as autoridades adotem medidas que tirem os passageiros no futuro da condição de reféns completos dos grevistas eventuais.
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