IMPUNIDADE - VANDALISMO É POUCO COIBIDO
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IMPUNIDADE - VANDALISMO É POUCO COIBIDO


“É um traço característico da perda de valores”. Cândido Grzybowski, Sociólogo, diretor-geral do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase). ZERO HORA 15/07/2011

Gaúcho de Erechim e radicado no Rio de Janeiro, o sociólogo Cândido Grzybowski avalia que atos contra o patrimônio público são decorrentes da cultura do individualismo. Confira a entrevista concedida a Zero Hora ontem à noite, por telefone:

Zero Hora – Por que ocorrem esses atos de vandalismo?

Cândido Grzybowski – Essa cultura do individualismo, do vire-se cada um por si, de quem tem recursos manda, gera desprezo pelo bem comum. Ou melhor, nem se cria essa cultura. É parte dessa cultura atual o vandalismo. O vândalo se sente pouco coibido.

ZH – O que passa pela cabeça de um vândalo?

Grzybowski – É apenas uma afirmação: “Eu também existo e não gosto disso”, sei lá. São grupos que se criaram nessa cultura de que o bem comum, o espaço público, o patrimônio público não são centrais. O central é lutar por si mesmo.

ZH – No Brasil, o vandalismo é mais frequente do que em outras?

Grzybowski – Está presente no mundo inteiro. É um traço característico da perda de valores. Acho que essas pessoas são de uma geração mais jovem, que foi formada numa cultura de que alguns são superiores. Não seriam excluídos, mas quem se sente não incluído, expressa-se assim.

ZH – No caso do Brasil, a sensação de impunidade para esse tipo de ato acaba influenciando?

Grzybowski – Sem dúvida. É mais ou menos como pensar: “Se o policial pode matar, por que não posso destruir?” Essa violência cotidiana que a gente vive alimenta esse tipo de coisa.

ZH – Há alguma forma eficaz de a sociedade vencer esse problema?

Grzybowski – São processos longos, de quase uma geração. Voltar a pensar no coletivo requer uma mudança de paradigma, que pode levar de 20 a 30 anos. Não é que as ideias de defesa do bem comum não existam, elas estão aí, mas não são dominantes.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O Sr.Grzybowski está correto em dizer que a impunidade fruto da situação de ser "pouco coibido" o vandalismo no Brasil é a maior causa deste crime, especialmente quando o dano for público. Mas erra gravemente ao relacionar que a "polícia pode matar". Ora, a polícia não tem licença para matar e só faz isto porque a arma é seu instrumento de defesa própria e de terceiros contra bandidos que andam com arsenais de guerra e dispostos a tirar vidas. Deveria encontrar outra relação e não esta. O problema é que no Brasil existem parlamentares que criam benevolências para os criminosos e magistrados que adotam medidas tolerantes, alternativas, terapêuticas e liberais que "pouco coíbem" crimes ditos "pequenos" como o vandalismo. Sem coibir o "crime pequeno", os bandidos ficam livres para danificar o patrimônio do Estado e na sequência matar pessoas.



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