Justiça
DE OLHO NOS VIGIAS
ZERO HORA 17 de janeiro de 2015 | N° 18045
RODRIGO MÜZELL
Ainda sob o impacto dos ataques em Paris, na semana passada, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, deu uma ideia para combater o terrorismo: banir os programas de mensagens pelo celular como o WhatsApp.É, proibir mesmo. O argumento é simples: esses aplicativos de celular para trocar mensagens de graça codificam os textos, tornando impossível que o serviço de inteligência intercepte mensagens. “Vamos permitir um meio de comunicação que é impossível lermos? Não podemos”, disse Cameron.
Perder algo divertido como o WhatsApp apavorou muita gente. Mas algo incomoda muito mais do que não poder passar o dia trocando fotos e piadas de salão com amigos. É o fato de um governo não aceitar a existência de algo que não pode controlar. Nem mesmo algo tão pueril como um programinha para mandar emoticons à namorada.
Na ficção, a possibilidade de um futuro com pessoas vigiadas por quem deve protegê-las foi analisada à exaustão. Do icônico 1984 – aquele do Big Brother original – até o recente campeão de bilheteria Jogos Vorazes. Neles, estejam em uniformes opacos ou collants de vidrar adolescente, os heróis têm sempre a mesma missão: livrarem-se de governos opressores.
Os futuros distópicos da ficção têm um ingrediente em comum – só um, que nunca varia. É o medo. Seja da guerra nuclear, da natureza enfurecida, de computadores ambiciosos; de macacos, zumbis ou terroristas. O pavor faz brotarem regimes e morrerem liberdades individuais. Esqueça a fantasia e lembre de qualquer ditadura da vida real, sempre prometendo defender o povo de uma ameaça até se tornar a própria.
Não me tomem por paranoico. À diferença dos filmes, não parecemos estar sendo enganados para correr aos braços do Estado em busca de proteção. Duvido inclusive que o WhatsApp seja mesmo proibido – imaginem quantos votos jovens Cameron perderá nas próximas eleições. O problema é o incômodo de perceber que não só devemos temer quem nos ameaça, mas também ficar de olho em quem nos protege.
Jornalista, editor de Notícias/Digital
loading...
-
Nas Redes Sociais, Fala-se Muito, Mas Pouco Se Escuta
ZERO HORA 20 de dezembro de 2015 | N° 18391 PAULA MINOZZO COM A PALAVRA “Nas redes sociais, fala-se muito, mas pouco se escuta” Os debates que cercam as novas mídias, com frequência, são sustentados por um certo deslumbre com a tecnologia....
-
Terrorismo E SeguranÇa Nacional
Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil nos EUA (1999-2004) - O Estado de S.Paulo - 11/10/2011 Em artigo recente procurei mostrar que o mundo não mudou em decorrência dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, mas a sociedade norte-americana,...
-
Liberdade De ExpressÃo
Especialistas debatem restrições a redes sociais. Em conferência, estudiosos condenam tentativas de controlar a internet - FABIANO COSTA | BRASÍLIA, 24/08/2011
O poder de mobilização das redes sociais, comprovado nas recentes revoltas do mundo...
-
Na Inglaterra - Rixa Entre PolÍcia E Governo Se Agrava
"As críticas vêm de pessoas que não estavam lá", disse o comissário interino da Scotland Yard, Tim Godwin. David Cameron rebateu: "claramente havia uma necessidade de fazer mais nas ruas". REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA EFE - 12/08/2011 - 15:52
...
-
JustiÇa Mais RÍgida Contra Quem Difamar, Postar E Compartilhar Ofensas Pela Internet
G1 JORNAL HOJE, Edição de 25/02/2015 Justiça está mais rígida com quem usa a internet para difamar pessoas. Quem posta ou compartilha também é punido. Responsável pela ofensa pode pagar multa. Neide Duarte São Paulo, SP A justiça brasileira...
Justiça