REVISTA VEJA 08/09/2013 às 10:01
Coluna Rodrigo ConstantinoBandeira: símbolo da Pátria. Ou: O Brasil é maior do que eles!Na década de 1960, os jovens americanos de classe média e alta adoravam queimar bandeiras de seu país em protestos, especialmente contra a Guerra do Vietnã. Nunca foi um ato aceito pela maioria do povo americano, e com razão. A bandeira não é apenas um pedaço de pano pintado; é o símbolo do que a nação representa, seus valores, seus ideais.
Hoje, os americanos têm no controle do governo um esquerdista que defende a ideia de mudar “fundamentalmente” a América. Quem ama não deseja mudar toda a essência de sua amada. Nenhuma namorada ou esposa gostaria de ouvir do amante que seu objetivo é mudá-la “fundamentalmente”. Que vá buscar outra então!
Penso nisso quando leio que “manifestantes” mascarados atearam fogo não só na bandeira dos Estados Unidos, como na nossa nos protestos de Sete de Setembro:
No início da tarde, centenas de pessoas bloquearam a Avenida Rio Branco. Manifestantes do grupo de mascarados conhecido como Black Blocs retiraram as bandeiras do Brasil, do Estado do Rio de Janeiro e do município do Rio que ficavam no monumento a Zumbi na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. Em seguida, eles atearam fogo nos símbolos.
Queimar bandeiras americanas já virou lugar comum, no mundo todo. Fazem isso por antiamericanismo patológico, inveja, ressentimento. Odeiam aquilo que essa nação representa em termos de liberdade individual, prosperidade, economia de mercado. Está certo que fazem isso entre um lanche do McDonald’s e outro, lubrificado por uma deliciosa Coca-Cola. Hei, ninguém é de ferro!
Quisera eu ter uma bandeira que simbolizasse uma Pátria admirável em inúmeros aspectos, de dar orgulho a seus cidadãos. Os americanos têm motivo de sobra de se orgulhar do que seus “pais fundadores” e demais antecessores construíram, com todos os defeitos (perfeição só existe na cabeça-oca infantil dos utópicos). Estiveram do lado certo nas batalhas mundiais, defendendo a liberdade contra diferentes tipos de tirania.
Dito isso, nós, brasileiros, temos nossos motivos de orgulho também. É verdade que o Brasil muitas vezes cansa, desanima, desespera aqueles que prezam valores mais liberais e racionais. Mas não estou certo de que precisamos alterar “fundamentalmente” nosso país. O que precisamos, mais que isso, é fornecer melhor educação ao povo, muito ignorante ainda, e também doutrinado por esquerdistas. E, claro, construir instituições mais sólidas.
Mas o Brasil tem suas qualidades. Seu “jogo de cintura”, que muitas vezes pode ser confundido com malandragem e jeitinho, serve como mecanismo flexível em um mundo tomado por muito dogmatismo. Sua miscigenação absorve qualquer “raça” sem maiores problemas, a despeito da tentativa de segregarem nosso povo em “pretos” e “brancos” por meio de cotas.
Há certa leveza em nossa cultura na forma de encarar a vida, de superar obstáculos. O Brasil pode ser muito melhorado ainda, não resta dúvida. Temos que deixar de lado traços culturais do atraso. Precisamos evoluir, solidificar nossa democracia, garantir mais liberdades individuais e abandonar a visão paternalista do estado. Tudo isso levará muito tempo.
Mas não é defecando em cima de nossa tradição que vamos conseguir isso. Sim, o Brasil é o país de Lula, Dirceu e Sarney; mas é também o país de Joaquim Nabuco, Ruy Barbosa e Machado de Assis! Que tal tentarmos olhar para o lado bom e valorizá-lo? Uma nação, tal qual uma família e um indivíduo, precisa de uma narrativa histórica que a defina. Vamos buscar os bons exemplos?
O que não podemos permitir é que grupos antipatrióticos e antidemocráticos tomem o país de assalto. O Brasil é maior do que eles! E a bandeira é nosso símbolo. Se não gostamos muito do que ela tem representado, cabe a nós mudar isso, lutar para que o Brasil possa evoluir. E não dar de mão-beijada aos golpistas essa rica nação. Veja a foto abaixo:
Foi tirada ontem, em plena comemoração do Sete de Setembro, na entrada do Parque Ibirapuera em São Paulo. Alguns dementes hastearam a bandeira cubana como se o Brasil pertencesse aos comunistas. Isso é uma afronta! Isso é um desrespeito aos brasileiros, especialmente agravado em época em que milhares de cubanos são trazidos para o Brasil como mão-de-obra escrava pelo governo.
Uma família, com todos os seus problemas, deveria honrar seu “brasão”, seu sobrenome, sua história. O mesmo vale para uma nação. Sem ufanismo boboca, sem nacionalismo xenófobo, sem rejeitar o valioso intercâmbio cultural. Mas buscando valorizar o que temos de bom, e sempre tentando criar um entorno melhor para nossos descendentes, para aqueles que viverão com base em nosso legado.
O que vamos deixar para nossos filhos e netos? De minha parte, não temo dizer: um país melhor! O Brasil não é o PT. O Brasil é mais que isso. E nossa bandeira é o símbolo da nossa Pátria, que não está à mercê de vagabundos com camisas vermelhas.
Para finalizar, segue uma das versões de The Star Sprangled Banner, sempre emocionante, pelo que representa. Lá, nos States, os valores patrióticos e da liberdade também vencerão os bárbaros dentro do portão, os antiamericanos que fomentam o ódio no próprio quintal. Viva a América! Viva o Brasil! E viva a liberdade!
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