A POLÍTICA NO CENTRO DO DEBATE
Justiça

A POLÍTICA NO CENTRO DO DEBATE




ZERO HORA 26 de março de 2016 | N° 18483


EDITORIAL


O Brasil respira política neste início de 2016: resta saber se sairemos mais maduros e responsáveis deste processo ou se regrediremos em matéria de civilidade.



Nunca na história deste país os brasileiros foram tão contraditórios em matéria de política como agora. Ao mesmo tempo em que uma parcela expressiva de cidadãos diz que odeia a política e os políticos, multidões saem às ruas para se manifestar politicamente e proliferam nas redes sociais debates apaixonados sobre governantes, partidos e ideologias. O Brasil respira política neste início de 2016, que tem como pautas obrigatórias o processo de impeachment da presidente da República, a Operação Lava-Jato, a batalha político-jurídica pelo poder e o protagonismo das massas identificadas com posições ideológicas.

Resta saber se sairemos mais maduros e responsáveis deste processo ou se regrediremos em matéria de civilidade, organização social e respeito às leis e ao próximo.

Numa visão parcial dos acontecimentos, temos o que comemorar e o que lamentar. Independentemente da camisa que se vista em dia de manifestação, é impossível não reconhecer que milhares de pessoas têm se mobilizado para expressar livremente suas visões de país. Mais do que isso: pelo menos até agora, essas manifestações estão ocorrendo de forma organizada e pacífica, sem depredações e sem confrontos – excetuando- se, evidentemente, casos isolados de menor significado. Merecem reconhecimento, neste aspecto positivo da politização intensa do momento, as providências tomadas pelos governantes e pelas autoridades para que os cidadãos exerçam plenamente o seu direito de se manifestar com liberdade e segurança.

O que há, então, para lamentar? Em primeiro lugar, o ódio potencial manifestado nas redes sociais e em alguns protestos mais agressivos, especialmente por parte de indivíduos e pequenos grupos que se sentem no direito de xingar e ameaçar figuras públicas e adversários de ideias. Também empobrece a democracia o uso frequente de subterfúgios por políticos que tentam enganar a opinião pública e ludibriar a própria Justiça.

O mais promissor do momento político que o país está vivendo é a firmeza das instituições democráticas e republicanas, especialmente dos órgãos que promovem a investigação do esquema de corrupção na Petrobras, com o respaldo sólido do Poder Judiciário. Promover a depuração ética do sistema político/partidário, sem deixar que a paixão das ruas gere conflitos físicos e vítimas, é o grande desafio das lideranças nacionais comprometidas com a paz social e o desenvolvimento da nação. A política é essencial para a democracia representativa. Em vez de condená-la, é mais sensato que procuremos aperfeiçoá-la, reformulando o que está errado e torcendo para que, das atuais manifestações, saiam novas lideranças com potencial e disposição de trabalhar pelo desenvolvimento do país.



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