A COPA DA MAIORIA
Justiça

A COPA DA MAIORIA


ZERO HORA 27 de janeiro de 2014 | N° 17686


EDITORIAIS


Ganha destaque no país um movimento de protestos organizado pelas redes sociais que usa como grito de guerra uma frase ameaçadora: Não vai ter Copa!. O coro, entoado por manifestantes que se reuniram em várias capitais no último sábado, muitos predispostos à violência, poderia ser encarado como uma simples bravata de ativistas inconsequentes. Mas não: está sendo levado a sério pelo governo, pelas autoridades de segurança e por todos os brasileiros conscientes do compromisso assumido pelo Brasil quando se candidatou à organização do Campeonato Mundial de Futebol da Fifa de 2014.

É legítimo que as pessoas cobrem rigor e transparência nos gastos com as obras da Copa, especialmente naqueles que envolvem recursos públicos. Da mesma maneira, devem ser consideradas perfeitamente democráticas as manifestações contrárias ao evento esportivo, muitas delas geradas por pessoas e organizações sociais que reclamam investimentos em áreas essenciais como saúde e educação. O que não parece adequado nem patriótico é o uso do sentimento anti-Copa para o atingimento de interesses subalternos. Basta um olhar atento sobre as manifestações para se perceber a presença de militantes políticos extremistas, tanto à direita quanto à esquerda, querendo ver o circo pegar fogo. É nesse jogo que os manifestantes bem-intencionados não devem entrar.

A Copa já não é mais apenas um compromisso dos governantes que estão no poder, como reafirmou a presidente Dilma Rousseff na última sexta-feira, ao se encontrar em Zurique com o presidente da Fifa, Joseph Blatter. O Mundial passou a ser uma responsabilidade de todos os brasileiros. Não há mais como voltar atrás. E seria mesmo uma insensatez interromper tudo o que está sendo feito para o grande evento esportivo, incluindo-se aí obras de infraestrutura em diversas cidades.

Vai ter Copa, sim! O Brasil não pode passar por um vexame histórico diante da comunidade internacional, principalmente neste momento em que busca investimentos externos para retomar o desenvolvimento econômico. Vai ter Copa, também, porque o povo brasileiro ama futebol e apoia majoritariamente a realização do evento. Vai ter Copa porque suspender a competição agora, além de causar prejuízos irreparáveis ao país, seria uma rendição à atitude fascista de grupos que tentam impor suas visões com gritos e ameaças.

O Brasil vive uma democracia e todos devem ter liberdade para se manifestar. Mas o limite para tais manifestações é o respeito a quem pensa diferente – e uma maioria, até prova em contrário, quer, aceita ou pelo menos se mantém indiferente em realização ao Mundial.



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