Justiça
A MARCHA PELA LIBERDADE
ZERO HORA 12 de janeiro de 2015 | N° 18040
EDITORIALO que a humanidade precisa esperar dessa manifestação na França é que contribua para reforçar a eficiência das ações contra a barbárie, mas também para evitar o uso dos atentados como pretexto para acirrar a intolerância.A histórica marcha contra o terrorismo e em favor da liberdade de expressão, que reuniu ontem cerca de 1,5 milhão de pessoas em Paris, entre as quais dezenas de líderes mundiais, precisa deixar lições que possam ir além do simples rechaço aos assassinatos da última semana. Independentemente do aval ou não à forma de atuação das vítimas do semanário Charlie Hebdo, o que tantos cidadãos e chefes políticos tão diversos como o presidente francês François Hollande, a chanceler alemã Angela Merkel, o chefe do governo israelense Benjamin Netanyahu e o presidente palestino Mahmoud Abbas quiseram mostrar é que a liberdade é um valor acima de todos os outros. Sempre que a sua defesa esmorece, abre-se o caminho para todo tipo de barbárie. A mais recente foi a que atingiu a publicação satírica, seguida pela ocorrida no mercado judaico, ambas na capital francesa.
O que a humanidade precisa esperar dessa manifestação na França é que contribua para reforçar a eficiência das ações contra a barbárie, mas também para evitar o uso dos atentados como pretexto para acirrar a intolerância. As agressões recentes deixaram evidente que os organismos de Estado falharam na defesa dos cidadãos. Essa ineficiência não pode dar margem, agora, para que uma minoria de extremistas, aferrados a interpretações religiosas distorcidas, possa alimentar qualquer tipo de preconceito ou de segregação, como as generalizações ao islamismo, que só contribuem para gerar mais extremismos.
Este é o momento de restabelecer a confiança das populações de países mais visados na capacidade dos governantes de protegê-las de atos típicos de intolerância, mas também de buscar ações que evitem o agravamento das tensões de ambos os lados. Reuniões de cúpula como a marcada para 18 de fevereiro, em Washington, precisam levar em conta que a busca de maior aproximação cultural, num mundo caracterizado cada vez mais pela livre circulação de povos de diferentes países, não pode ser confundida com a debilidade da luta contra o terrorismo.
Nos últimos meses, ficou evidente que, entre os alvos da insanidade, foram incluídos justamente alguns valores democráticos inegociáveis no Ocidente, como a liberdade de expressão. Defendê-la é um dever das autoridades, mas também da sociedade, como demonstrou a marcha em Paris, entre muitos outros atos realizados ontem.
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