Justiça
42% dos trabalhadores do judiciário estão satisfeitos com seus salários
Os dados são do Censo do Conselho Nacional de Justiça 2013. Nesta pesquisa foram colhidas informações de todos os Tribunais de Justiça dos Estados do País. Na pesquisa de 2013 sobre grau de satisfação salarial os catarinenses aparecem na posição número 14 no total de 27 Estados existentes, apesar de terem a 5ª pior remuneração do País para os trabalhadores de nível médio.
Conforme se observa na tabela abaixo os trabalhadores do judiciário catarinense possuem a 5ª pior remuneração entre os trabalhadores de nível médio, e a 8ª pior entre os trabalhadores de nível superior.
Quanto ao grau de satisfação dos trabalhadores com seus vencimentos, observamos que apesar dos salários serem relativamente baixos, o grau de satisfação com seus vencimentos não aparece de forma tão ruim. Ou seja. Há uma discrepância entre a tabela salarial dos trabalhadores com a sua percepção de satisfação com seu vencimento, conforme se observa na informação colhida pelo CNJ:
Talvez esta distorção que é observada entre o quanto ganha o trabalhador e sua percepção sobre o seu vencimento não seja tão estranha assim. Pois não haveria condição real de perceber seu salário como “adequado”, sendo que a remuneração é uma das mais baixas do país. Onde está o “X” da questão? Simples, GRATIFICAÇÕES! Santa Catarina instituiu nos últimos anos uma política agressiva quanto ao arroxo salarial dos trabalhadores efetivos enquanto implementou indiscriminadamente uma política de precarização, terceirização e de gratificação dentro do judiciário, ou seja, apesar do “salário” dos trabalhadores ser baixo, o Tribunal de Justiça força uma remuneração mais alta por meio de gratificações, remunerações variáveis e produtividade a fim de fomentar a dependência financeira do trabalhador e uma submissão ao chamado “patrão de plantão”. Observe-se o quantitativo de trabalhadores que o Tribunal de Justiça possui hoje:
São 5977 (cinco mil, novecentos e setenta e sete) servidores efetivos, distribuídos entre primeiro e segundo graus. Ou seja, quase seis mil trabalhadores. Apenas para se comparar, abaixo segue a tabela do quantitativo de trabalhadores que ocupam cargos em comissão ou funções de confiança. Observe, são mais de 2300 (dois mil e trezentos)
Para ser mais preciso o Tribunal de Justiça está escondendo inúmeros dados. Primeiro que o Tribunal de Justiça apresenta a tabela com mais de um ano de atraso (a tabela acima é de novembro de 2013). Além disto, não estão aí computados os Técnicos de Suporte em Informática, os Distribuidores, os Coordenadores de Central de Mandados, e tantas outras funções. Também não estão aí computadas as gratificações especiais de artigo 85, com base no ANS-10/A, ou 100% do ANM-7/A, ou gratificação pelo desempenho de atividade extra-horário. Além disto o Tribunal de Justiça não computa nestes dados os trabalhadores que já possuem VPNI em seus salários e que porventura não ocupem mais nenhuma função gratificada ou cargo de confiança. Ou seja, o percentual de 39,47% de cargo em comissão ou função de confiança (isto apenas entre os efetivos) pode ser muito maior se considerarmos os mais 824 (oitocentos e vinte e quatro) servidores exclusivamente comissionados, sem tratar magistrados é claro. Assim, o percentual de satisfação de 42% dos trabalhadores com os seus vencimentos não está tão distante da realidade, já que oficialmente 39% dos trabalhadores efetivos possui algum cargo comissionado ou função gratificada, fora as gratificações especiais e outras funções que a DRH omite em seus relatórios. Triste dos trabalhadores do judiciário catarinense que recebem exclusivamente seu vencimento básico. Se alguém observar os dados de folha de pagamento vai notar que o que se gasta em “vencimento” é muito menor do que a soma de todos os outros penduricalhos que muitos recebem.
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