VAIAS PARA A IMPUNIDADE
Justiça

VAIAS PARA A IMPUNIDADE


ZERO HORA 30 de outubro de 2012 | N° 17238

EDITORIAIS

As manifestações de hostilidade contra o ministro Ricardo Lewandowski e contra os petistas José Dirceu e José Genoino no momento em que se apresentaram para votar, em São Paulo, refletem acima de tudo a rejeição coletiva à impunidade. Tanto os dois políticos condenados quanto o revisor do mensalão representavam, na visão dos eleitores mais exaltados, o pior da política e da Justiça, que é a cumplicidade e a tolerância com a corrupção. Ao condenar a maioria dos réus denunciados num julgamento de grande visibilidade, o Supremo Tribunal Federal passou exatamente esta mensagem à população: as malfeitorias cometidas no exercício da atividade pública não mais ficarão impunes.

Mas há um aspecto preocupante nas vaias e xingamentos registrados no último domingo, que é o desconfortável espírito de justiçamento. Evidentemente, os cidadãos têm todo o direito de se expressar, mas com educação e civilidade. Se a Suprema Corte está fazendo a sua parte, condenando quem tem que condenar e absolvendo quem merece ser absolvido, dentro do mais absoluto respeito ao Estado democrático, qual o sentido da hostilidade? Os condenados, enquanto não estiverem privados da liberdade, têm os mesmos direitos de exercitar a cidadania que os demais brasileiros.

A atitude agressiva de lançar impropérios e até objetos nos réus do mensalão, assim como os xingamentos dirigidos ao magistrado que exerce o papel de revisor no processo, só mostra falta de confiança nas instituições. Além disso, contribui para alimentar o sentimento de perseguição que, espertamente, militantes de partidos envolvidos em deformações procuram evidenciar, para provar que estão sendo injustiçados pelas condenações. A melhor vaia para a impunidade é o aplauso para as instituições e para os homens públicos que cumprem o seu dever e o seu compromisso republicano.



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