Justiça
UPPs - ESTRATÉGIAS EXITOSAS COMO MODELO PARA O BRASIL
Êxito de novas ocupações no Rio reforça propostas de levar UPPs a outros estados - 07/02/2011 às 00h15m - Ana Claudia Costa, Jaílton de Carvalho e Lauro Neto
RIO E BRASÍLIA - Depois do sucesso da operação no Complexo de São Carlos e nos morros de Santa Teresa, que utilizou novamente várias forças policiais, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, elogiou a ocupação de nove comunidades. Cardozo comparou as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio ao programa Territórios da Paz, do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), e disse que o modelo pode servir de exemplo para o combate da violência em outros estados. O ministro deixa claro, porém, que a expansão das UPPs ou dos Territórios da Paz depende de peculiaridades de cada região e das decisões dos governadores. (Veja mais fotos da operação no Complexo de São Carlos)
- O resultado (da ocupação dos morros no Rio) não poderia ter sido mais positivo. Hoje (ontem) foi dado mais um passo importante na luta contra criminalidade - disse.
O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse que esse modelo de ocupação, associado à implementação de UPPs, pode ser aplicado em outros estados. Para Beltrame, todos têm o interesse em reduzir a criminalidade da mesma forma que o Rio:
- Daqui, podemos levar essas ações para outros estados e, quem sabe, diminuir os índices de criminalidade, que não é só o que o carioca quer, é o que todo o Brasil quer.
Para Celso Athayde, coordenador da Central Única das Favelas (Cufa), as UPPs podem sim ser exportadas para o resto do país. Ele ressaltou, porém, que é necessário que o modelo assegure a reinserção social dos moradores.
- O modelo pode ser exportado mas precisa ser melhorado. Ainda há muitos problemas em áreas de UPPs que precisam ser levados em consideração. É preciso resolver questões como a miséria e a falta de empregos ou os moradores vão migrar das favelas de UPP para outras em que ainda há gatos de água e de luz. Não porque sejam a favor da bagunça, mas por não terem condições de pagar pelos serviços - argumentou Athayde.
Ao lado de integrantes das forças policiais que trabalharam na ocupação, o secretário Beltrame comemorou a ação que não vitimou inocentes:
- O objetivo de recuperar o território do tráfico foi alcançado sem aumento de estatística de balas perdidas, sem autos de resistência e sem homicídios. Esse era um dos redutos mais violentos de conflitos de traficantes rivais.
Mesmo com a certeza de que já tinha o controle das favelas da região central, Beltrame disse que a missão da polícia ainda não acabou. Para o secretário ainda há prisões a serem feitas e armamento a ser apreendido. Beltrame disse que o Rio de Janeiro ainda está longe do modelo que a cidade deveria ter:
-Não tem jogo ganho. Ainda tem muita coisa a ser feita, muita água a passar embaixo da ponte. Vamos continuar trabalhando mas com a idéia fixa de poupar vidas.
De acordo com o secretário, avisar antecipadamente de uma ocupação policial para implantação de uma UPP é uma estratégia da polícia que pode ser usada ou não:
- Avisamos ou não de acordo com avaliação de cada força policial. Pode ser avisado pelo governador, pode ser avisado por qualquer força policial envolvida. Queremos poupar vidas e tudo é avaliado.
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