Justiça
TRAFICANTE, FORAGIDO E ASSALTANTE DE BANCO MORAVA NUMA MANSÃO NA PRAIA
Líder do tráfico em Canoas é preso em mansão em Tramandaí. Fábio Nóia estava foragido há seis meses do Instituto Penal de Viamão (IPV)- Paulo Roberto Tavares / Correio do Povo, 21/06/2011.
O traficante Fábio Nóia, de 27 anos, um dos principais comerciantes de drogas em Canoas, na região Metropolitana, foi preso no começo da semana em uma mansão em Tramandaí, no Litoral Norte, anunciou nesta terça-feira o Departamento Estadual de Investigação do Narcotráfico (Denarc). Foragido há seis meses do Instituto Penal de Viamão (IPV), Nóia aplica parte do dinheiro que consegue com o roubo a bancos e a carros-fortes no tráfico.
Além dele, foram detidos mais dois cúmplices: Juninho, de 23 anos, que estava com Nóia e é foragido da Justiça há pelo menos dez meses e outro homem, de 20 anos, que estava num apart-hotel próximo ao campus da Universidade Luternada do Brasil (Ulbra), em Canoas. O trio foi conduzido ao Presídio Central.
Com Nóia e Juninho a Polícia Civil apreendeu um Cross Fox. No apart-hotel de Canoas, havia 650g de cocaína escama de peixe (avaliados em cerca de R$ 32,5 mil) e duas pistolas 9 mm (uma israelense e outra austríaca, ambas de uso restrito).
Sequestro de gerentes de bancosDe acordo com o delegado do Denarc Thiago Bennemann, as investigações começaram há um mês. Nóia se dedicaria a assaltos a bancos e carros-fortes, com especialização em sequestrar gerentes de bancos, e teria migrado para o tráfico, onde os lucros são grandes. Nóia também é suspeito de envolvilmento no assassinato de outro traficante, em uma disputa por pontos de venda de drogas. “A forma de agir (com sequestro a gerentes de bancos) pode ter servido de modelo a outros criminosos”, explicou Bennemann, acrescentando que esse tipo de crime tem aumentado no Estado.
Já o suspeito preso em Canoas seria uma espécie de braço direito de Nóia. O homem foi preso quando chegava ao apart-hotel onde foram encontrados o entorpecente e as armas. A droga seria comercializada na cidade e não há informação, segundo a Polícia Civil, que ocorresse dentro do campus. “O local era usado para armazenar o narcótico e as armas”, disse o delegado.
Segundo o delegado Heliomar Franco, o traficante tinha uma vida suntuosa: fazia festas, comprava roupas de grife e frequentava clubes noturnos caros, na Capital. “Ele usava Tramandaí para se esconder, uma vez que esta época do ano não tem muito movimento na praia”, disse Franco. “As armas apreendidas demonstram o poder do grupo, que pode ter mais pessoas envolvidas.” A Polícia Civil investiga se há participação dele em algum recente ataque a banco.
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