ONDA DE MANIFESTAÇÕES NA VENEZUELA JÁ DEIXOU 10 MORTOS
Justiça

ONDA DE MANIFESTAÇÕES NA VENEZUELA JÁ DEIXOU 10 MORTOS


ZERO HORA  22/02/2014 | 21h36

Milhares de opositores e chavistas voltam às ruas de Caracas, na Venezuela. A onda de manifestações já deixou dez mortos, segundo fontes oficiais



Em Caracas, ao menos 50 mil pessoas atenderam à convocação do líder opositor Henrique Capriles
Foto: LEO RAMIREZ / AFP


Milhares de opositores e chavistas saíram às ruas de Caracas neste sábado, na zona leste da cidade para exigir o desarmamento dos grupos paramilitares e no centro para pedir o fim da violência, após quase três semanas de protestos estudantis com saldo de dez mortos.

Em Caracas, ao menos 50 mil pessoas atenderam à convocação do líder opositor Henrique Capriles e foram às ruas para exigir o desarmamento dos grupos paramilitares e protestar contra a crise econômica.

Os opositores se reuniram nas proximidades de um centro comercial de Sucre, reduto da oposição que foi, ao lado do vizinho Chacao, cenário de protestos noturnos, que em alguns casos viraram batalhas campais com as forças de segurança e com a intervenção de civis armados apontados como membros dos denominados "coletivos", simpatizantes do chavismo.

"O Estado deve deter estes grupos que atuam como paramilitares. É inaceitável que existam grupos armados que estão fora de controle", disse à AFP Ramón Guillermo Aveledo, um dos líderes da Mesa de Unidade Democrática (MUD), que aglutina a oposição.

"Já não aguentamos a situação do país. Não é justo que estando em um dos países mais ricos do mundo não possamos conseguir comida, que matem nossos amigos e reprimam nossos protestos", disse à AFP Joel Moreno, estudante de 24 anos, que veio de Barquisimeto (oeste) para participar do protesto.

A passeata da oposição deste sábado foi convocada por Henrique Capriles, governador de Miranda e candidato derrotado por pequena margem pelo presidente Nicolás Maduro na eleição de abril de 2013.

Os protestos, que começaram com estudantes de San Cristóbal e contra a insegurança que afeta o país, chegaram a outros pontos da Venezuela e passaram a ter outros temas, como a crise econômica, a inflação, a repressão policial e a libertação dos detidos nas manifestações.

A onda de manifestações já deixou dez mortos, segundo fontes oficiais, sendo seis por disparos de armas de fogo, três por acidentes de trânsito ligados aos protestos, e um por circunstâncias ainda não apuradas.

Os manifestantes também demonstram apoio a Leopoldo López, outro líder opositor e principal promotor dos protestos, que está em prisão preventiva desde terça-feira em uma unidade militar na região Caracas, acusado de estimular a violência.

Maduro chama os protestos de "golpe de Estado em desenvolvimento", nega qualquer vínculo com grupos armados ilegais e atribui a violência a pistoleiros colombianos contratados pela oposição.

No centro de Caracas, reduto governista, uma multidão, em sua maioria do sexo feminino, participava na manifestação "mulheres pela paz e pela vida", convocada pelo chavismo.

"A Venezuela é um país de paz e não pode se transformar nisto. O que querem estes estudantes? Somos gente de paz. Esperamos que tudo se normalize. Deixem o presidente governar, ele foi eleito democraticamente", explicou à AFP Josefina Lisset, 54 anos, estudante universitária graças a um programa social.

Os dois protestos ocorrem em zonas opostas de Caracas, e a possibilidade de que se encontrem em algum ponto causa alarme em um país altamente polarizado.

Segundo o governo, os protestos afetam "apenas" 18 dos 335 municípios da Venezuela e serão controlados por meios constitucionais, legais e pacíficos.

Capriles ratifica liderança

Com sua convocação para o protesto deste sábado, Capriles volta a se colocar na liderança da oposição, após o domínio dos últimos dias do setor radical da Mesa da Unidade Democrática, cujos dirigentes promovem a estratégia de ocupar as ruas para exigir a "saída" do governo.

"Este governo é um erro na história, mas não podemos sair deste erro para incorrer em outro erro. Temos que construir uma força tão grande que seja capaz de atrair os que levam o lenço vermelho (do chavismo)", decretou Capriles.














loading...

- RepressÃo Com Armas Letais Leva Mulheres Da Venezuela Às Ruas
ZERO HORA 09 de março de 2015 | N° 18096   VENEZUELA. Repressão leva mulheres às ruas MANIFESTAÇÃO CRITICA USO de armas letais pelas forças de segurança em protestos no paísUm grupo de mulheres organizou uma passeata ontem, em Caracas,...

- Prefeito De Caracas É Preso Por Promover Golpe De Estado
ZERO HORA 20/02/2015 | 03h362 Prefeito de Caracas é preso por "promover golpe de Estado", diz presidente Nicolas Maduro Cerca de meia hora antes do anúncio de sua prisão, o próprio Ledezma alertou no Twitter sobre a chegada dos agentes Antonio Ledezma...

- Guarda Nacional E ExÉrcito Para Conter Protestos Na Venezuela
O ESTADO DE S.PAULO 21 de fevereiro de 2014 | 10h 25 Forças venezuelanas são acionadas para conter protestos em Táchira. Serviço de internet na capital San Cristóbal foi bloqueado, segundo jornal Luiz Raatz, enviado especial a Caracas CARACAS...

- Miss É A Quinta VÍtima De Protestos Venezuelanos
ZERO HORA 20 de fevereiro de 2014 | N° 17710 DIAS DE TENSÃO. Miss é a quinta vítima de protestos venezuelanos Jovem teria sido baleada na cabeça e não sobreviveu a edema formado pela bala em seu crânio Uma jovem estudante venezuelana de...

- TensÃo Nas Ruas Da Venezuela
ZERO HORA 18 de fevereiro de 2014 | N° 17708 LÉO GERCHMANN SITUAÇÃO-LIMITE Com índices econômicos que mostram contexto difícil, protestos tomam as cidades venezuelanas A Venezuela tem o risco país mais alto do mundo, inflação que atingiu...



Justiça








.