JUSTIÇA CONDENA PGC POR ATENTADOS EM SANTA CATARINA
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JUSTIÇA CONDENA PGC POR ATENTADOS EM SANTA CATARINA


ZERO HORA 13/05/2014 | 07h28

por Ânderson Silva

Atentados em Santa Catarina

Justiça condena 80 acusados de envolvimento em ataques em Santa Catarina e penas ao PGC chegam a 1.049 anos. Publicação da 3ª Vara Criminal de Blumenau ocorreu na noite desta segunda-feira



Ondas de ataques ocorreram em novembro de 2012 e fevereiro de 2013Foto: Cristiano Estrela / Agencia RBS


Um ano e três meses depois da segunda onda de ataques que atingiu Santa Catarina, a Justiça condenou 80 acusados de envolvimento nos atendados de fevereiro de 2013 e novembro de 2012 no Estado. Apenas três dos 83 denunciados pelo Ministério Público foram absolvidos pela 3ª Vara Criminal de Blumenau. Somadas, as penas chegam a pelo menos 1.049 anos.

Para todos, entretanto, cabe recurso. As penas duras ao Primeiro Grupo Catarinense (PGC), apontado como responsável pelos ataques, foram publicadas na noiter desta segunda-feira, dois meses depois do processo ser concluído para sentença. Apesar de não ser a primeira condenação dada à facção criminosa, esta é a mais representativa pela atuação da organização criminosa no Estado, que colocou fogo em ônibus e atentou contra prédios públicos.

As únicas pessoas absolvidas no processo são as advogadas Fernanda Fleck Freitas e Francine Brüggemann Wagner e uma mulher detida em Navegantes, Marisol Milene Antunes. A maior condenação dada foi de 19 anos e seis meses, concedida a réus como Gian Carlos Kasminski, o Dexter. Ele é considerado pela Polícia Civil um dos integrantes do 1º Ministério do PGC, ou seja, um dos líderesdo grupo.

A mesma pena foi dada a Leoncio Joaquim Ramos, o Pingo, e Cláudio Machado Córdova, o Diabo Loiro. Considerado um dos pivôs da onda de atentados de fevereiro do ano passado, Rodrigo de Oliveira, também conhecido como Rodrigo da Pedra, foi condenado a 17 anos, um mês e seis dias de prisão. A mulher dele, Simone Saturnino, foi condenada a 12 anos, seis meses e 15 dias.

Evandro Sérgio Silva, o Nego Evandro, outro líder do PGC, teve pena de 17 anos, sete meses e 15 dias. Um dos dissidentes do PGC, expulso por divergências com a facção, Rudinei do Prado, o Derru, teve a pena extinta por perdão judicial. A decisão da Justiça foi feita com base na nova lei do crime organizado, que prevê esse benefício em caso de colaboração premiada. A maioria dos condenados terá de cumprir pena em regime fechado, mas alguns deles terão direito aosemiaberto.

A sentença do maior julgamento da história de SC era esperada para o fim do ano passado, mas uma aparente estratégia das defesas e a complexidade do caso atrasaram a publicação. (Colaborou Diogo Vargas)

Entenda o caso

- Inicialmente, 98 pessoas foram denunciadas pelas duas ondas de atentados em SC – uma de 12 a 18 de novembro de 2012 e a outra de 30 de janeiro a 3 de março de 2013.

- De acordo com o MP, as ações terroristas ocorreram como resposta do crime organizado a supostas sessões de tortura em detentos da Penitenciária de São Pedro de Alcântara e do Presídio Regional de Joinville e a corte de regalias ocorridos dentro das prisões do Estado.

- Para a promotoria, as torturas em São Pedro de Alcântara ocorreram como vingança pela execução da mulher do então diretor da unidade, o agente Carlos Alves, o que teria sido estopim aos ataques iniciais.

- A Diretoria Estadual de Investigações Criminais coordenou as investigações que culminaram na prisão dos acusados e no processo que teve sentençadivulgada ontem. Uma força-tarefa foi montada para o julgamento dos 98 réus, no Complexo Prisional da Canhanduba, em Itajaí. Após, o número de denunciados foi reduzido para 83.




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