GRANDE ESTADISTA, HOMEM SUPERIOR
Justiça

GRANDE ESTADISTA, HOMEM SUPERIOR


ZERO HORA 06 de dezembro de 2013 | N° 17636


EDITORIAIS


Ele foi imprescindível para a África do Sul e exemplar para o mundo.

Depois de 27 anos como preso político, Nelson Mandela assumiu a presidência do seu país, evitou uma guerra racial e um colapso econômico. Entrou na prisão como guerrilheiro e saiu como pacifista. Mais do que um herói nacional, transformou-se num legítimo santo de casa capaz de verdadeiros milagres. Mereceu a devoção e a idolatria de seus conterrâneos.

E mereceu, também, o prêmio Nobel da Paz, que lhe foi concedido em 1993 como reconhecimento ao homem que sacrificou a própria liberdade para promover a igualdade racial. Sua mensagem de fraternidade é digna dos maiores filósofos da humanidade: “Um homem que tira a liberdade do outro é um prisioneiro do ódio, ele está trancado atrás da barreira do preconceito e da intolerância. O oprimido e o opressor, igualmente, têm sua humanidade roubada”.

Antes de se transformar em referência e inspiração para o mundo, Mandela fez o mais difícil: transformou a si próprio. De advogado e militante de um movimento pacífico de defesa dos negros, ele virou ativista e líder de uma organização armada quando o governo branco promoveu o Massacre de Sharpeville, em 1960. Perseguido e preso por sua militância, passou por nova transformação durante o seu prolongado encarceramento, saindo sem ódio nem desejo de vingança. Tornou-se, então, uma liderança prudente e serena, mas também determinada o suficiente para conduzir seu país a um estágio de prosperidade que parecia impossível numa sociedade tão dividida.

A África do Sul se uniu em torno de Mandela. O próprio continente africano passou a reverenciar o homem que ficou atrás das grades dos 44 aos 72 anos, transformando-se no preso político mais importante do mundo, mobilizando a comunidade internacional por sua soltura e, por fim, reconquistando a liberdade para promover eleições multirraciais e livrar definitivamente a maioria negra da opressão.

Mandela foi um estadista inigualável. Mas, acima de tudo, foi um homem superior – superior ao ódio, superior às mesquinharias da política, superior às injustiças, superior à atrocidade da desigualdade racial.





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