Justiça
DOIS MESES DE FÉRIAS
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA. Com Letícia Duarte - ZERO HORA 12/02/2012Ser presidente do Tribunal de Justiça é uma honra que poucos desembargadores alcançam. Mas tem custos elevados, como defender o indefensável em certos casos. Indefensável para a maioria dos brasileiros, não para os magistrados. Férias de dois meses, por exemplo. Foi isso que o desembargador Marcelo Bandeira Pereira teve de fazer em seu primeiro dia depois de reempossado na presidência do Tribunal de Justiça, respondendo a uma pergunta da jornalista Juliana Bublitz, de Zero Hora.
– O senhor é favorável às férias de dois meses dos juízes? – questionou Juliana.
O desembargador respondeu:
– Não se trata de ser melhor ou pior a função, mas trabalhamos com o raciocínio, com a cabeça, e o juiz é juiz 24 horas por dia. Existem dois meses de férias, mas um mês nós consumimos tentando recuperar o serviço atrasado. O que é visto como privilégio é uma necessidade.
Por essa lógica, de quanto tempo de férias precisaria um médico que faz transplantes? Um neurocirurgião que opera pessoas com problemas no cérebro? Um piloto de voos intercontinentais? Um cientista?
Juízes não são os únicos que trabalham com o raciocínio, com a cabeça. Há dezenas de outras profissões em que o sujeito trabalha com o raciocínio combinado à habilidade manual, sob tensão permanente. Outras em que o raciocínio nem é tão exigido, mas o corpo padece tanto, que seria justo triplicar os 30 dias de férias. Raros têm o privilégio desfrutado pelos magistrados, que ainda podem vender um mês de férias e reforçar o orçamento. Há controvérsias sobre a legalidade dessa conversão, assim como da licença-prêmio, mas é prática corrente nos tribunais.
Diz o presidente do TJ que os juízes consomem um mês das férias tentando recuperar o serviço atrasado. Não seria melhor, então, mudar a Lei Orgânica da Magistratura, instituir as férias de 30 dias e aumentar a produtividade anual no Judiciário? A venda de férias atrasadas, licenças-prêmio, auxílio-moradia, gratificação de substituição e outros penduricalhos foram usados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo para justificar contracheques na casa dos R$ 100 mil. E o presidente do TJ-SP, Ivan Sartori, defendeu esses privilégios e as férias de dois meses com o argumento de que a atividade é desgastante. São os ossos do ofício.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - DISSE TUDO! Infelizmente é uma realidade vergonhosa para o Poder que representa a justiça, a igualdade e a moralidade, e que tem como função precípua a aplicação coativa das leis. Sem justiça, qualquer nação perde o rumo, a dignidade e a paz social. O Poder que não dá exemplo, não é confiável. E o Judiciário é o pilar da democracia, único capaz de impedir o totalitarismo dos governantes, os abusos dos representantes do povo e a crueldade da bandidagem.
loading...
-
Venda De Férias E Licença-prêmio: Pra Juíz Pode, Pra Servidor...
Imagem do site jornalggn.com.br A venda de férias e licença-prêmio da magistratura é fato corriqueiro. A cada dia é publicada uma portaria transferindo férias e licença-prêmio não gozada pelos magistrados e isto...
-
Primavera Em Paris
ZERO HORA 26 de maio de 2013 | N° 17444 PÁGINA 10 | ROSANE DE OLVEIRA Primavera em Paris Com apenas sete meses no cargo, uma servidora do Tribunal de Justiça, casada com um juiz, conseguiu antecipar as férias para aproveitar a primavera de Paris com...
-
AssociaÇÃo De Magistrados Defende FÉrias De 60 Dias Para Juizes
FOLHA.COM 19/02/2013 - 07h20 RENATO HENRY SANT'ANNA PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MAGISTRADOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO DE BRASÍLIA (DF) Em resposta ao editorial "Injustiça nas férias", faço os seguintes esclarecimentos: 1) Os juízes...
-
"desgaste À Mente" Justifica FÉrias De 60 Dias
Para associação de juízes, ‘desgaste’ justifica férias de 60 dias - por Lilian Venturini, RADAR POLÍTICO, O ESTADO DE SÃO PAULO - 28.julho.2011 10:45:10 O “desgaste à mente” causado pela profissão justifica a manutenção de 60 dias de...
-
PrivilÉgiada - Direito De Vender Férias é Prerrogativa, E Não Privilégio, Diz Juiz
Direito de vender férias é prerrogativa, e não privilégio, diz juiz sobre decisão do CNJ. Presidente da Associação de Juízes Federais do Brasil deu entrevista ao Gaúcha Atualidade - ZERO HORA, 19/08/2010 Ao comentar a polêmica decisão do Conselho...
Justiça