BARONESA DO PÓ FOI SOLTA EM CARÁTER DE URGÊNCIA POR DESEMBARGADOR FEDERAL DO RS
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BARONESA DO PÓ FOI SOLTA EM CARÁTER DE URGÊNCIA POR DESEMBARGADOR FEDERAL DO RS


ZERO HORA E DIÁRIO CATARINENSE 03/01/2014 | 20h46

Baronesa do Pó presa pela Deic de SC foi solta em caráter de urgência por desembargador federal do RS. Habeas corpus foi assinado pelo então vice-presidente do TRF 4 duas horas antes do Reveillon de 2013

Gabriela Rovai


A Polícia Civil de Santa Catarina voltou a prender uma das principais traficantes do país, transferida para Florianópolis nesta sexta-feira, dia 3. Presa preventivamente pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) de SC em setembro de 2012 por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, Lilian Beatriz Benites Vasques, foi solta pela Justiça Federal, três meses depois.

Apontada pela polícia catarinense como distribuidora de cocaína para cinco estados brasileiros - SC, RS, PR, RJ e SP, a narcotraficante foi beneficiada por habeas corpus, em caráter liminar, assinado às 21h30min do dia 31 de dezembro de 2012 pelo desembargador federal Luiz Carlos de Castro Lugon, então vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 4a região (TRF4), em Porto Alegre.

Depois de três meses encarcerada no Presídio Feminino de Florianópolis, a Baronesa do Pó, como é conhecida no mundo do crime, foi solta duas horas antes da virada do ano.
A narcotraficante passou o Reveillon de 2013 em liberdade.

Dias depois de ser solta e antes de ser julgado o mérito do habeas corpus, Lilian Beatriz se fingiu de morta e voltou para o Paraguai. Sua defesa anexou ao processo uma certidão de óbito paraguaia falsa.

O mérito do habeas corpus foi julgado e negado por unanimidade pela 8a Turma do TRF4, no dia 6 de fevereiro de 2013. O relator foi o desembargador federal Victor Luiz dos Santos Laus.

Lilian Beatriz passou a ser foragida da Justiça Federal e sua falsa morte descoberta pela Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Deic, que passou a acompanhar seus passos até sua prisão no último dia 30, em Foz do Iguaçu (PR), realizada com apoio da Polícia Federal daquela cidade.

A Baronesa do Pó foi escoltada em vôo comercial até Florianópolis e transferida para a sede da Deic, no Estreito, nesta sexta, dia 3. Ela vai responder pelos crimes anteriores e por falsidade ideológica.

Retomada do império

Lilian Beatriz passou a comandar os negócios depois ser solta em 31 de dezembro de 2012, em Florianópolis, e depois da prisão do marido e parceiro de crime. O narcotraficante internacional e um dos principais do país, Ruy Moraes Vieira, o Papito, foi detido pela Deic/SC, junto com Lilian Beatriz e outras 10 pessoas, em 28 setembro de 2012, na Operação Pequeno Príncipe.

Em nome do pai de seus dois filhos e companheiro de mais de 20 anos, Lilian Beatriz tomou a frente da compra e venda de cocaína, que na época de Papito chegava a cerca de uma tonelada de cocaína por mês, distribuída em cinco estados brasileiros.

— Ela estava tentando reerguer o império do tráfico que eles tinham. A Operação Pequeno Príncipe (prisão da quadrilha) tirou muito patrimônio deles. A Justiça Federal sequestrou bens do casal como casas, carros e uma fazenda no Paraguai — disse o chefe da investigação e das prisões, titular da DRE/Deic, delegado Claudio Monteiro.

Na operação, entre outros bens, o casal perdeu duas BMW X-6, avaliadas em R$ 500 mil cada uma, apreendidas pela Deic/SC com o casal em Foz do Iguaçu. Nos endereços no Brasil a polícia catarinense apreendeu mais seis carros, a maioria de luxo e importados.

Desde 1995 envolvido no narcotráfico, conforme a polícia, Papito morava em uma fazenda no Paraguai antes de ser preso. Atualmente encarcerado na Penitenciária de São Pedro de Alcântra, na Grande Florianópolis, Papito e outros denunciados pelo Ministério Público Federal foram condenados em razão da operação.

 03/01/2014 | 19h49

Bastidores da prisão da Baronesa do Pó, comandada pela Deic de SC, no Paraná. Suspeita de distribuir cocaína no Brasil, Lilian Vasques foi detida num mototaxi, na fronteira com Paraguai

Gabriela Rovai

Ao descobrir no início de 2013 que a principal distribuidora de cocaína de Santa Catarina estava viva, policiais da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) de SC passaram a acompanhar seus passos.

Com apoio da PF de Foz do Iguaçu (PR), da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai e de informantes, a DRE descobriu o paradeiro de Lilian Beatriz Benites Vasques. A Baronesa do Pó, como é conhecida no mundo do crime, estava foragida, morando numa casa em Ciudad del Leste, no Paraguai. Mantinha naquele país, quatro esconderijos para guardar os carregamentos de cocaína.

Lilian Beatriz já tinha sido presa pela Deic/SC, mas a Justiça Federal autorizou sua soltura, três meses depois.

A informação quente que a DRE esperava chegou dia 30 de dezembro de 2013. Os policiais pediram apoio à PF de Foz do Iguaçu. Lilian Beatriz atravessava de mototaxi a Ponte da Amizade, que liga Brasil e Paraguai, quando recebeu voz de prisão, na tarde do dia 30. Apresentou identidade falsa, se fazendo passar pela irmã e só falou em espanhol com os policiais federais. Não deu certo. Passou o Reveillon na cela da PF.

Na virada do ano passado ela comemorou a liberdade. Neste ano, nós comemoramos sua prisão_ disse o chefe das investigações e titular da DRE/Deic, delegado Claudio Monteiro.
O delegado e outros policiais da DRE viajaram para Foz na madrugada do dia 2.

— Boa tarde, dona Lilian — disse Monteiro, ao encontrar na sede da PF a mulher que prendeu duas vezes.

A narcotraficante ficou alguns segundos em silêncio.

— Eu sabia — disse Lilian Beatriz olhando o delegado.

Ela baixou a cabeça, escondeu o rosto com as mãos e chorou.

De blusa de alcinha coral com detalhes em prata e trança nos cabelos, a mulher que leva tatuado nas costas uma fada e o nome dos filhos, foi escoltada em vôo comercial com escala em Porto Alegre.

Algemada, lanchou biscoito e suco. Chorou algumas vezes. Chegou na madrugada desta sexta-feira, dia 3, no Aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis. E foi transferida para a sede da Deic, no Estreito.

— Agradeço à PF e à minha equipe da DRE, que abdicou do usofruto de um recesso de fim de ano para se empenhar nessa prisão que era uma questão de honra para nós. Tenho muito orgulho deles, que são fundamentais na repressão das drogas em Santa Catarina — disse Monteiro.


03/01/2014 | 18h28

Carimbo falso em atestado de óbito leva à prisão da Baronesa do Pó, no Paraná. Deic de SC comandou captura de mulher suspeita de distribuir toneladas de cocaína no Brasil

Gabriela Rovai

Um carimbo suspeito no documento de óbito paraguaio foi a evidência que faltava para a Polícia Civil de Santa Catarina ter certeza de que a principal distribuidora de cocaína do Estado não estava morta. Um ano depois de forjar o documento, Lilian Beatriz Benites Vasques foi presa pela Polícia Federal de Foz do Iguaçu (PR), no último dia 30 de dezembro.

A operação foi comandada pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) de SC. Lilian Beatriz desembarcou sob escolta na madrugada desta sexta-feira, dia 3, no Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis.

Natural de Campo Grande (MS) e com ensino médio completo, Lilian Beatriz, 45 anos, é apontada pela Deic catarinense como a conexão entre traficantes de SC, RS, PR, RJ e SP e os barões do pó na Bolívia. Corajosa, viajava para aquele país e negociava diretamente com produtores de coca.

Conforme apurado na investigação, Lilian Beatriz abastecia com uma tonelada de cocaína por mês, em média, o tráfico desses estados, e é suspeita de vender cargas para as principais facções criminosas do país.

A Baronesa do Pó, como é conhecida no mundo do crime, passou a virada deste ano numa cela da PF em Foz do Iguaçu. Um ano antes, dia 31 de dezembro de 2012, Lilian Beatriz foi solta pela Justiça Federal. Estava encarcerada no Presídio Feminino de Florianópolis havia três meses.

Lilian e o marido, o narcotraficante internacional Ruy Moraes Vieira, o Papito, e outras dez pessoas foram presos preventivamente em 28 de setembro de 2012, pela Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Deic, por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.

Logo depois de ganhar liberdade, concedida pela Justiça Federal em caráter de urgência, e antes de ser julgado o mérito do habeas corpus, Lilian Beatriz se fingiu de morta e voltou para o Paraguai.

— Eu sabia que ela não tinha morrido. Estamos acostumados a lidar com mentiras. A rapidez com que o advogado dela juntou ao processo o atestado de óbito, poucos dias depois do habeas corpus, levantou suspeita. Mal havia dado tempo dela chegar no Paraguai. As inconsistências no carimbo foram determinantes para concluir que ela estava viva — contou o titular da DRE/Deic e responsável pela investigação e operações, delegado Claudio Monteiro.

A DRE/Deic passou a acompanhar a movimentação da narcotraficante e chegou a seu paradeiro com apoio de informantes e parceiros da PF de Foz e da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai.





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