Justiça
31/03: Faz um ano da Assembleia que deliberou pela Greve
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Imagem do site www.sensacionalista.com.br |
Parece que foi ontem, mas já faz um ano. A Assembleia Geral que apontou para a greve aconteceu no pátio do Tribunal de Justiça no dia 31 de março de 2015. Aproximadamente dois mil trabalhadores(as) se reuniram em Florianópolis para decretar uma das maiores greves da categoria em Santa Catarina. Após um ano é necessário avaliar calmamente tudo o que ocorreu.
Era uma terça-feira quente, com sol alto e um calor sem tamanho. Somente o calor humano era mais forte que a temperatura é bom frisar. Diferente da assembleia de Lages, em ambiente fechado e com aproximadamente 300 pessoas, esta seria marcante para muitos de nós. Eu nunca havia participado de uma assembleia tão grande como aquela, dava arrepios. Mas o que chamou realmente a atenção foi a falta de propostas da direção do sindicato. Faltou um apontamento, faltou convicção da greve por parte da direção do nosso sindicato.
Até hoje há uma dúvida na cabeça de muitos trabalhadores. Qual o motivo de, em Lages, o presidente do sindicato bater na mesa e apontar para a greve de forma tão enfática e pouco mais de um mês depois não fazer o mesmo em frente ao Tribunal de Justiça? Qual o motivo de gente ligada a direção dizer claramente naquela assembleia que, apesar de todo aquele povo, não havia espaço para a greve? O que ocorria por trás do movimento que não foi percebido?
Um descompasso aconteceu isto me ficou claro. A direção do sindicato não estava em Florianópolis com a mesma percepção que apareceu em Lages, com certeza. Em Lages foi constituído um comando de greve que saiu correndo o estado chamando para a assembleia (conforme determinado) a fim de fazer uma grande greve. Contudo, em Florianópolis percebia-se que os dirigentes sindicais pareciam já não mais pactuar com essa proposta. O que teria acontecido?
A decisão da categoria, incitada pelo sindicato em Lages não poderia ser outra, ainda mais se a direção não optou por apontar outro caminho. A decisão de não providenciar material para a greve, como adesivos, faixas e tantas outras coisas necessárias deu certeza para a categoria que estávamos sem comando por parte da direção. Como bem apresentado (isto não podemos mentir, os dirigentes falaram claramente), eles apenas "apoiariam" o que a categoria decidisse.
Na verdade não apoiaram, apenas "estavam lá", sem ser verdadeiras lideranças, sem construir pontes, sem apontar caminhos. Uma frase durante a longa greve me marcou muito: "o pessoal vai tocando a greve", dando a impressão que o movimento era absolutamente desligado da direção da entidade. Como se houvesse um "piloto automático" ligado e que se guiaria para uma saída "adequada".
Hoje, após um ano posso dizer que percebi que houve uma profunda mudança de rumos entre a assembleia de Lages e a de Florianópolis. E posso apenas supor que a direção do sindicato talvez não tenha tido a ousadia ou a coragem de dizer isto para a categoria de forma clara. O maior erro de uma direção é ter medo de conversar sinceramente com a sua categoria. Tal fato nos trouxe até aqui, com uma greve sem conquistas, com salários descontados ou horas para pagar, e tudo isto faz apenas um ano.
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