POLITICAMENTE INCORRETO: PARA O MUNDO QUE EU QUERO DESCER!
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POLITICAMENTE INCORRETO: PARA O MUNDO QUE EU QUERO DESCER!


PARA O MUNDO QUE EU QUERO DESCER!. BEATRIZ FAGUNDES, O SUL. Porto Alegre, Domingo, 22 de Abril de 2012.

Hoje, não se pode mais cantar "atirei o pau no gato", nem "o cravo brigou com a rosa"; são politicamente incorretas

Para o mundo que eu quero descer! Uma cena daquelas de tirar o apetite melou todo o entusiasmo de um almoço entre amigos numa churrascaria lotada: um menino jogou na "cara" de um papai sem reação um pedaço de salsichão enquanto lhe xingava com pornográficos palavrões. A mãe, e um casal de meia idade (seriam os avós?), ridiculamente mantinham um risinho à meia boca enquanto olhavam em volta pedindo aprovação, ou socorro; nunca saberei

A cena seria impensável antes da década de setenta. Naqueles dias, surgia a onda da vitimização das crianças acusando os pais de castradores violentos que mantinham a forma de educar de seus avós, com direito a castigos físicos e morais. Naqueles dias tivemos a primeira leva de pequeninos diagnosticados com "disritmia", e os veículos de comunicação foram inundados com entrevistas nas quais psicólogos, pedagogos e outros especialistas anunciavam que os pais não deviam dizer "não" para seus filhos, pois a antiga forma de educação era a porta para futuras doenças mentais em crianças que, adultas, sofreriam com traumas incontornáveis. Quem sou eu para discutir com especialistas. Ninguém

Hoje, não se pode mais cantar "atirei o pau no gato", nem "o cravo brigou com a rosa"; são politicamente incorretas. Segundo a pedagogia moderna, incentivam e fazem apologia à violência. Em casa, os pais não podem mais, a lei não permite, dar, sequer, uma palmadinha nos seus pequenos. Esses, se ameaçados, ameaçam com o Conselho Tutelar que, chamado, leva os pais ao juizado com o risco de perder o pátrio poder

Nas ruas, invadindo as casas, uma epidemia, reconhecida oficialmente pelo governo, do uso de drogas, especialmente o crack. Aos pais, ainda resta apelar para um profissional na busca de alguma pílula mágica que mantenha seu capetinha sem noção e sem limites em estado manso e indiferente. Dê-lhe Ritalina, remédio tarja preta apelidado, por seus críticos, de "droga da obediência". Texto no Trip.com.br, de Millos Kaiser, repórter que foi diagnosticado como Ddta numa consulta de 23 minutos, revela dados importantes: "Assim como outras ?inas' - a cocaína, a cafeína e as anfetaminas -, ela (ritalina) é considerada um psicoestimulante. Seu mecanismo de ação ainda não foi completamente elucidado. Mas acredita-se que ela aumenta a produção e o reaproveitamento da dopamina e da noradrenalina, neurotransmissores associados às sensações de prazer, excitação e ao estado de alerta do sistema nervoso. A bula alerta para a dependência física ou psíquica, além de elencar uma série de reações adversas como nervosismo, dificuldade em adormecer, diminuição no apetite, dor de cabeça, palpitações, boca seca e alterações cutâneas."

De acordo com uma pesquisa recente realizada por USP, Unicamp e Albert Einstein College of Medicine, quase 75% dos jovens brasileiros que utilizam Ritalina ou similares não foram diagnosticados corretamente. O problema não estaria na cabeça das pessoas, mas na sociedade. É o que acredita Maria Aparecida Moyses, pediatra e professora da Unicamp: "Se tem tanta gente deprimida ou desatenta, temos que entender que elas estão sendo produzidas pelo modo que a gente vive"

Nunca se tomou tanto remédio e nunca houve tantas pessoas doentes. Isso não pode estar certo. O que eles fazem é uma biologia de um corpo morto, de um cérebro sem vida, sem afeto, isolado do meio em que vive. Estamos numa encruzilhada sinistra em nossa civilização. A ditadura da medicalização vem vencendo, com braçadas de distância, o velho modelo ensinado pelos nossos avós, que criou os gênios que nos deram todos os avanços tecnológicos de que dispomos hoje. Dá medo pensar no que vem por aí. Pais apanhando, professores agredidos, zumbis drogados por "remédios milagrosos" ou por crack abundam. Em tempo: não sou e não pretendo ser adepta do "politicamente correto". Abomino a hipocrisia!



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