Justiça
DISTANTES DA CADEIA
30 de novembro de 2012 | N° 17269
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA
Engana-se quem imagina que, terminado o julgamento do mensalão, os condenados a mais de oito anos de prisão irão imediatamente para a cadeia em regime fechado e os outros passarão a enfrentar a rotina do semiaberto. Há um longo caminho a ser percorrido até que as penas comecem a ser cumpridas, e isso não vale apenas para os que têm mandato e, em princípio, dependem de uma decisão do plenário da Câmara. É a lei e deve valer para todos.
O advogado Marcelo Peruchin, que acompanhou todos os capítulos do julgamento e se especializou em traduzir os termos técnicos, explica que vai demorar um bom tempo até que seja publicado o acórdão. Nem todos os ministros fizeram votos por escrito. Terão de fazê-los para que sejam anexados ao conjunto de documentos que formam o acórdão.
Só depois da publicação é que os advogados de cada um dos 25 condenados poderão entrar com os recursos ainda cabíveis, no caso os chamados embargos declaratórios e embargos infringentes. Nenhum desses embargos vai reformar as condenações, mas, em se tratando de um processo tão complexo e com tantos réus, pode retardar em muito o início do cumprimento das penas. Por “muito”, entenda-se mais de um ano.
Há um outro ponto que ainda precisa ser esclarecido entre os ministros e que, em, alguns casos, pode resultar em redução das penas. Para chegar ao tempo de condenação de cada um, foram somadas as penas aplicadas no julgamento de cada crime. De acordo com Peruchin, é possível que em alguns casos os ministros utilizem como base a pena maior, com acréscimo pela chamada continuidade delitiva. Na prática, isso pode acabar reduzindo, por exemplo, o tempo de cadeia de Marcos Valério, o réu condenado a mais tempo de prisão.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu que o cumprimento da sentença seja imediato, mas Peruchin acredita que os ministros não atropelarão as regras e ninguém irá para a prisão antes que a condenação transite em julgado.
Outra controvérsia prevista para os próximos dias diz respeito ao destino dos réus que têm mandato. A Constituição diz que só o Congresso pode extinguir o mandato de um parlamentar condenado em processo criminal. O Código Penal, porém, tem um artigo prevendo o efeito da condenação de perda do mandato eletivo em caso de crimes contra a administração pública. A Constituição está acima do Código Penal, mas há, entre juristas, quem defenda a tese de que a perda do mandato pode ser decretada diretamente pelo STF, hipótese considerada absurda pelo presidente da Câmara, Marco Maia, pelo ex-ministro Nelson Jobim e pelo ex-presidente da Câmara Ibsen Pinheiro.
loading...
-
Novatos TerÃo Papel Decisivo
ZERO HORA 20 de setembro de 2013 | N° 17559 REANÁLISE NO MENSALÃO A decisão a ser tomada pelos dois novatos no Supremo Tribunal Federal (STF) será crucial para que a aceitação dos embargos infringentes, definida quarta-feira pela Corte, resulte...
-
Possibilidade De PrescriÇÃo Cresceu
ZERO HORA 19 de setembro de 2013 | N° 17558 O sorteio do relator dos embargos infringentes foi a forma encontrada pelo STF de sinalizar que o julgamento não será deixado de lado. Daqui para a frente, há risco de prescrição de penas. A perda de...
-
Recursos Do MensalÃo
ZERO HORA 10 de agosto de 2013 | N° 17518 STF analisará se deve ocorrer novo julgamento Em meio a incertezas sobre a manutenção de decisões tomadas no ano passado devido à nova composição da Corte, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a...
-
Recursos Podem Determinar Novo Julgamento Do MensalÃo
O ESTADO DE S.PAULO, 23 de abril de 2013 | 0h 30 Recursos podem dar a 12 condenados do mensalão novo julgamento no STF. Ministros admitem que há maioria para analisar os embargos infringentes, nos quais culpados pelo esquema de corrupção...
-
PolÍticos Condenados Pelo Stf Ficam Fora Da PrisÃo
Quatro parlamentares que tiveram penas restritivas de liberdade estão soltos aguardando julgamento de recursos. Dois ainda estão no mandato por Mario Coelho CONGRESSO EM FOCO 20/08/2012 07:00 Condenado a 13 anos e ainda deputado, Donadon é...
Justiça