Justiça
DECISÃO JUDICIAL É BASE DE GOLPE BILIONÁRIO
CNJ barra golpe de R$ 2,3 bi no Banco do Brasil. Corregedora manda investigar quadrilha que, com base em decisão da Justiça do Pará, iria transferir verba para uma conta do bando - 17 de dezembro de 2010 - Mariângela Gallucci / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) identificou uma tentativa bilionária de golpe no Banco do Brasil. Com base em documentos falsificados, uma quadrilha interestadual conseguiu que o Judiciário do Pará, com rapidez incomum, bloqueasse R$ 2,3 bilhões da instituição financeira. Autorizado o bloqueio, o próximo passo seria o depósito da soma bilionária na conta dos golpistas.
Na noite de quinta-feira, 16, a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, suspendeu o bloqueio do dinheiro e determinou a abertura de uma investigação no CNJ contra duas magistradas que autorizaram a operação.
"Há indícios de utilização da magistratura paraense para a prática de golpes bancários", afirmou a corregedora, ao decidir pela suspensão do bloqueio dos recursos. "Não se sabe se a magistrada agiu em prol da quadrilha. Talvez tenha agido por ingenuidade ou desconhecimento. O que se sabe é que é uma quadrilha que forja documentos". Há ainda um agravante. De acordo com informações do CNJ, o processo desapareceu.
Para conseguir a indisponibilidade do dinheiro do BB, Francisco Nunes Pereira teria apresentado documentos falsos alegando que tinha direito aos recursos por usucapião. Ele sustentou que a quantia bilionária fora depositada em sua conta por um desconhecido e que lá teria permanecido por mais de cinco anos. Mas o banco afirma que esses recursos nunca existiram.
Para Eliana Calmon, aparentemente as magistradas não se portaram com prudência, serenidade e rigor técnico. A corregedora disse que a prudência judicial recomenda que em casos envolvendo tanto dinheiro seja ouvida a outra parte antes de tomada uma decisão que resulte em "vultosos prejuízos" para o banco e para seus milhares de acionistas.
Conforme relato da corregedora, a juíza da 5.ª Vara Cível de Belém, Vera Araújo de Souza, que determinou o bloqueio dos recursos do Banco do Brasil, teria declarado "haver sofrido pressão de cima, não esclarecendo de quem e relativamente a que, especificamente". A reportagem tentou entrevistar a juíza por telefone, mas não obteve sucesso.
Eliana Calmon citou em seu despacho um laudo assinado pelo perito criminal José Cândido Neto segundo o qual existiam "inúmeras falhas na documentação". Segundo ela, Pereira tentou dar o mesmo golpe no Distrito Federal. "Há, outrossim, cópia de sentença proferida pelo juízo da 5.ª Vara Cível do Distrito Federal, em que se reconhece a tentativa de fraude perpetrada pelo autor Francisco Nunes Pereira, o mesmo que move a ação de usucapião", disse.
Antes de recorrer ao CNJ, o Banco do Brasil tentou derrubar a decisão no Tribunal de Justiça (TJ) do Pará. A primeira desembargadora se deu por suspeita e não analisou o recurso. A segunda, Marneide Merabet, manteve o bloqueio. Por meio da assessoria de imprensa do TJ do Pará, Marneide disse que "negou o efeito suspensivo requerido pelo Banco do Brasil e pediu informações à 5.ª Vara Cível e aos agravantes para, somente após decidir a respeito do mérito do agravo, o que ainda está pendente".
A corregedora ressaltou a rapidez com que a decisão foi tomada. O bloqueio foi determinado em cinco dias. A ação foi distribuída no dia 4 de novembro e a liminar foi concedida no dia 8.
loading...
-
Imprensa "enxovalha" O JudiciÁrio
Presidente do TJ-SP diz que imprensa 'enxovalha' o Judiciário. Ivan Sartori afirmou que o tribunal paulista é transparente e apoia a inspeção nos pagamentos. 21 de março de 2012 | 19h 04. Mariângela Galluci, de O Estado de S. Paulo BRASÍLIA...
-
JuÍz Teria Causado PrejuÍzos MilionÁrios Com DecisÕes Suspeitas
Juiz do Maranhão causou prejuízos milionários a empresas. José de Arimatéia foi punido com a aposentadoria pelo CNJ após tomar decisões suspeitas - 11 de março de 2012 | 3h 07. Felipe Recondo, de O Estado de S.Paulo BRASÍLIA - No mesmo momento...
-
Bloqueio De Bens De Empresas De Maluf
Justiça determina bloqueio de bens de empresa de Maluf. Valor, de R$ 519,7 milhões, corresponderia ao que teria sido desviado da Prefeitura de São Paulo Fausto Macedo e Marcelo Godoy - O Estado de S.Paulo, 10/04/2013 A Justiça de São Paulo...
-
Supremo Libera InvestigaÇÃo Do Cnj No Ir E Folha De Pagamentos De JuÍzes
CNJ poderá investigar juízes com base em IR e folha de pagamentos. Ministro Luiz Fux impede que sejam usados dados do Coaf na investigação. CAROLINA BRÍGIDO. O GLOBO, 29/02/12 - 20h58 BRASÍLIA - O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal...
-
Cnj Entra Na Briga Dos PrecatÓrios
Taline Oppitz, CORREIO DO POVO, 13/02/2012 A luta pelo pagamento de precatórios, que considerando todo o país, soma um passivo de cerca de R$ 84 bilhões, ganhou um reforço de peso. Com o fim do impasse sobre as atribuições de fiscalização do...
Justiça