CORREGEDORIAS TÊM DIFICULDADE PARA PUNIR JUÍZES
Justiça

CORREGEDORIAS TÊM DIFICULDADE PARA PUNIR JUÍZES



Relatório indica que corregedorias têm dificuldade para punir juízes. Dados apontaram problemas enfrentados por tribunais de oito estados - O GLOBO, 19/12/11 - 22h03

RIO - Um relatório da Corregedoria Nacional de Justiça, realizado a partir das inspeções feitas em oito estados e divulgado pelo GLOBO em setembro, apontou a dificuldade que as corregedorias e outras instâncias da Justiça têm para punir magistrados.

Vinculada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Corregedoria Nacional mostrou os problemas enfrentados por corregedorias dos Tribunais de Justiça de Tocantins, Ceará, Pernambuco, Espírito Santo, Paraíba, Alagoas, Piauí e Amazonas. As inspeções apontaram peças processuais desaparecidas, denúncias que prescreveram administrativamente por conta da morosidade e até porque as partes não tinham atendido às convocações.

Em um dos casos, ocorrido em Pernambuco, a pena de censura a um juiz, aplicada em 1995, ainda não havia sido cumprida porque o recurso já havia passado pela mão de oito relatores, sendo que nenhum deles levou o caso para votação do colegiado. O relatório destacava ainda a decisão de desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Pernambuco sobre a pena mais apropriada para punir um juiz em processo administrativo disciplinar. Mesmo sem nenhum deles ter votado pela inocência do juiz, o tribunal optou pelo arquivamento do caso.

No Amazonas, foram encontrados 38 processos disciplinares paralisados indevidamente. No Ceará, um processo ficou retido por quase quatro anos até a desembargadora resolver despachá-lo, alegando "simples motivação de acúmulo de serviço". Por conta disso, o caso prescreveu.

Dias antes de o relatório ser divulgado, em uma entrevista à Associação Paulista de Jornais, a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, declarou que a tentativa de reduzir os poderes do CNJ era o primeiro passo para a impunidade no Poder Judiciário, "que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos escondidos atrás da toga." A declaração abriu uma grave crise no CNJ, já que o presidente do Conselho, ministro Cezar Peluso, que também preside o Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou uma nota de repúdio às declarações dela. A nota dizia: "Identificar pessoas nem propiciar qualquer defesa lança, sem prova, dúvidas sobre a honra de milhares de juízes que diariamente se dedicam ao ofício de julgar com imparcialidade e honestidade".

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Se as Corregedorias têm dificuldades em punir os juízes, a quem interessa coibir a ação do CNJ? Interessa à JUSTIÇA BRASILEIRA? ACHO QUE NÃO!



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