CNJ DISCUTE DIVULGAÇÃO DE NOMES DE JUÍZES SOB INVESTIGAÇÃO
Justiça

CNJ DISCUTE DIVULGAÇÃO DE NOMES DE JUÍZES SOB INVESTIGAÇÃO



SHEILA D'AMORIM e FELIPE SELIGMAN, DE BRASÍLIA, FOLHA.COM, 24/10/2011

Uma nova proposta em discussão entre os integrantes dos CNJ (Conselho Nacional de Justiça) poderá fazer com que o nome de magistrados investigados por irregularidades não seja divulgado publicamente.

O debate foi colocado por iniciativa do conselheiro José Lúcio Munhoz que enviou e-mail aos seus colegas questionando se a forma atual para tramitação dos processos está correta.

Hoje, durante a fase de apuração das denúncias, o nome dos envolvidos é mantido em sigilo. Eles são identificados nos documentos disponíveis ao público apenas pelas iniciais. Quando o relator do processo apresenta seu voto no plenário do CNJ, os nomes tornam-se oficialmente públicos.

Sob o argumento de que não vê como correto esse procedimento atual, Munhoz questiona se não é preciso "preservar a imagem dos investigados ou requeridos antes da decisão final".

"Ou retiramos da pauta e do processo as iniciais e colocamos nomes completos na identificação dos feitos, ou devemos também, nós, quando relatarmos os processos ou nos manifestarmos sobre eles, utilizar também apenas as letras iniciais".

A proposta, colocada inicialmente como um tema "para reflexão" gerou mal-estar nos corredores do CNJ, segundo a Folha apurou, e desencadeou imediatamente uma operação abafa.

Conselheiros contrários a essa tese trabalham para que o tema não entre oficialmente na pauta. A ideia de Munhoz é de que isso seja feito na reunião administrativa de hoje, que é fechada.

Procurado pela Folha, o conselheiro disse que não defendeu uma posição, apenas sugeriu "discutir um padrão de comportamento". Irritado com a polêmica interna criada em torno do assunto, reclamou dos colegas.

"Nem sei se vamos discutir isso. Mas, hoje, você fala "A" no conselho, e no dia seguinte sai "B" na imprensa. Está difícil fazer uma conversa, porque no dia seguinte está na imprensa e isso dificulta muito o nosso trabalho. É difícil caminhar tranquilamente num ambiente onde não existe privacidade".

Conselheiros ouvidos pela Folha identificaram no e-mail de Munhoz uma forma "indireta" e "aparentemente despretensiosa" de tentar reduzir a transparência no trabalho do conselho.

E isso, justamente num momento em que o órgão corre risco de perder o poder de investigar as irregularidades praticadas por magistrados.

Uma ação tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) e foi o estopim da crise que deixou em lados opostos o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, e a corregedora do CNJ, Eliana Calmon.

A ação foi proposta pela AMB (Associação dos Magistrados do Brasil) --entidade da qual Munhoz foi vice-presidente-- com a alegação de que o CNJ só pode investigar magistrados depois que eles já tenham sido julgados por seus tribunais.

Conselheiro por indicação do Tribunal Superior do Trabalho, Munhoz propôs modificações no conselho, semelhantes ao que pede a AMB.



loading...

- Margem De ArbÍtrio Em PromoÇÃo De Juizes
FOLHA.COM 07/02/13 - 08:53 POR FREDERICO VASCONCELOS Do ministro Joaquim Barbosa, presidente do Conselho Nacional de Justiça, durante os debates que antecederam a decisão do colegiado, na última terça-feira (5/1), de que os tribunais precisam alternar...

- Cnj Divulga Processos Contra Magistrados, Mas NÃo Cita Nomes
SOB SUSPEITA. Conselho divulga processos contra magistrados no país. Sistema revela o número de juízes investigados por Estado, mas não dá os nomes dos processados - DIÁRIO CATARINENSE, 15/11/2011 O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou...

- Peluso Articula Para Esvaziar Argumento Da Corregedoria
Peluso articula para esvaziar argumento da Corregedoria Nacional de Justiça. RADAR POLÍTICO - Mariângela Gallucci e Felipe Recondo, de O Estado de S.Paulo, 10/10/2011 BRASÍLIA – Em novo episódio da crise que abate o Conselho Nacional de Justiça...

- Cnj Quer Restringir AtuaÇÃo De Ministra Corregedora
PODERES DO CONSELHO. CNJ quer restringir atuação de ministra. De acordo com proposta, o plenário diria o que pode ou não ser investigado - ZERO HORA, 09/10/2011 Os magistrados que dominam hoje o Conselho Nacional de Justiça articulam uma proposta...

- Membros Do Cnj Condenam AÇÃo Movida Pela Amb
Membros do CNJ condenam ação movida pela Associação dos Magistrados - Karla Correia - especial para o Correio Braziliense, 03/10/2011 07:48 Atualização: Cinco integrantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgaram ontem artigo em que defendem...



Justiça








.